Uma decisão tomada nesta quarta-feira (3/11) pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, sediado em Brasília, abriu caminho para a retomada das investigações sobre o atentado contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira, durante a campanha presidencial de 2018.
Uma ação ajuizada em 2019 na 3ª Vara Federal da cidade mineira apura se Adélio Bispo de Oliveira, que esfaqueou o mandatário na altura do intestino, agiu a mando ou em parceria com terceiros.
Segundo a Advocacia-Geral da União, por 3 votos a 1, o colegiado negou o mandado de segurança pleiteado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que contestava medidas de busca e apreensão determinadas pela Justiça contra
advogados particulares que se apresentaram para defender Adélio. Entre elas, a quebra do sigilo bancário do advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que representou Adélio no caso, além do acesso aos dados de empresas das quais Zanone é sócio.
O advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, comentou a decisão judicial. Ele disse que a morte do presidente foi "encomendada" e que, agora, a Polícia Federal poderá prosseguir com as investigações, valendo-se de recursos diversos. Por exemplo, a análise de imagens de câmeras que mostrariam o encontro de pessoas que contrataram os advogados particulares e celulares apreendidos poderão ser analisados.
“Todas as informações, todos os elementos colhidos até o momento pela Polícia Federal e outros mais que serão colhidos poderão ser usados na investigação. Isso acarretará no desdobramento de novas investigações e até abertura de novos inquéritos policiais para chegar à autoria, aos mandantes, quem encomendou a morte de Jair Bolsonaro, quem pagou, quem está por detrás disso”, afirmou.
Em junho de 2019, Adélio Bispo foi absolvido pela facada. A decisão foi proferida após o processo criminal que o considerou inimputável por transtorno mental.
Na decisão, o magistrado responsável tembém determinou a internação do réu em um hospital psiquiátrico por tempo indeterminado. Entretanto, devido ao perfil violento e da falta de vagas em instituições apropriadas, Adélio foi encaminhado a um presídio federal de Campo Grande (MS).