O tom de campanha entrega: ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM) busca um lugar ao sol na política em 2022. O médico, contudo, faz mistério sobre o cargo que pretende disputar.
“Minha pretensão para a política é ser brasileiro pleno. Não importa se eu vou ser candidato a presidente, a vice, ou se eu vou entregar santinho na Pampulha, ou no Bairro de Lourdes. O importante é que a gente acredite que esse país merece um bom governo”, escapa o médico, que esteve em Belo Horizonte nesta quarta-feira (10/11).
Ele foi um dos palestrantes convidados do encontro “Lições de uma pandemia: dúvidas e certezas no hoje a amanhã”, promovido pela Faminas, instituição de ensino superior sediada na Vila Clóris, Região de Venda Nova.
“Minha pretensão para a política é ser brasileiro pleno. Não importa se eu vou ser candidato a presidente, a vice, ou se eu vou entregar santinho na Pampulha, ou no Bairro de Lourdes. O importante é que a gente acredite que esse país merece um bom governo”, escapa o médico, que esteve em Belo Horizonte nesta quarta-feira (10/11).
Ele foi um dos palestrantes convidados do encontro “Lições de uma pandemia: dúvidas e certezas no hoje a amanhã”, promovido pela Faminas, instituição de ensino superior sediada na Vila Clóris, Região de Venda Nova.
O político ao menos dá pistas das alianças que pretende fazer. Mais cedo, ele esteve em Brasília para acompanhar a filiação do ex-ministro da Justiça Sergio Moro ao Podemos, evento que abre caminho à pré-candidatura do ex-juiz à Presidência da República. Além dele, Mandetta demonstra simpatia por nomes de Centro como Ciro Gomes, a senadora Simone Tebet (MDB-MS), além do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
“Sou o que conversa com todos. Todos eles têm um bom princípio. Eles querem fazer um país diferente do que esses dois buracos negros, que são Lula e Bolsonaro, sinalizam. Toda vez faço a eles o mesmo apelo: quem quer ser apoiado precisa se dispor a apoiar. Agora, vamos ver se eles vão conseguir ter o altruísmo de se sentar à mesa e compor um bom grupo político”, elogia o demista.
Questionado sobre qual seria sua escolha em um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o médico, mais uma vez, "escorrega".
"De vez em quando, eu tenho um pesadelo. Sonho que meu navio está caído no mar. Eu acordo, rezo um pai nosso, bebo uma água e não quero nem passar perto de viver esse pesadelo. E, de vez em quando, eu sonho um sonho bom, que eu estou num lugar legal, com amigos, com a minha mulher, meu neto. Então eu rezo uma ave maria, peço para sonhar de novo e para que esse sonho vire realidade. No momento, eu estou indo atrás do sonho e tentando evitar o pesadelo”.
Quando o assunto é a gestão Bolsonaro, Mandetta assume um tom bem mais assertivo. Ele fez questão de criticar a PEC dos precatórios, aprovada em 2° turno na Câmara dos Deputados. O projeto limita o valor de despesas anuais com precatórios (requisição de pagamento que a Fazenda Pública é condenada a pagar), corrige seus valores exclusivamente pela Taxa Selic e muda a forma de calcular o teto de gastos. Mandetta classifica a PEC como “anestesia para as eleições”.
“Um calote em quem tinha dívidas para receber do governo e ganhou na Justiça, que é lenta e levou anos até decidir que a dívida tinha que ser paga. Vem o Congresso e diz: tudo bem, a Justiça decidiu, mas não, a União não vai pagar. Vamos te dar um calote. E, aí, pega-se esse dinheiro e aplica-se em um programa social só de um ano. Só no ano da eleição. Ou seja, ele dá uma anestesia para as eleições, que não vai transformar nada. Vai apenas beneficiar o presidente, que vai andar pelas ruas distribuindo recursos para tentar se salvar de um fracasso eleitoral que está iminente”, critica o ex-ministro.
O político também demonstra preocupação com os rumos da pandemia de COVID-19. Mandetta cobrou do Planalto o planejamento de novas campanhas de vacinação em 2022, para evitar possíveis rebotes da doença.
“A vacina não é de proteção individual, a ideia é proteção coletiva, formar um bloqueio. Então, a melhor eficácia é quando se protege todo mundo num curto espaço de tempo. Assim como se faz com a vacina da gripe. Então eu acho que, para 2022, a gente tinha que estar falando em vacinar em bloco. Tenho receio de como vai ser a combinação entre queda da imunidade com o carnaval, com o verão e a volta às aulas. Enfim, o retorno das pessoas à chamada vida normal. Alguns países tiveram rebote. Outros optaram por fazer novas campanhas. O correto seria a gente se preparar, no ano que vem, para uma boa campanha de vacinação contra gripe associada à vacinação contra a COVID-19”, concluiu.