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Estado de Minas SEM PARTIDO

PL cancela evento que confirmaria filiação de Bolsonaro

Em nota assinada pelo presidente do partido, Valdemar Costa Neto, decisão veio após 'intensa troca de mensagens' durante a madrugada deste domingo (14/11)


14/11/2021 12:13 - atualizado 14/11/2021 12:29

Presidente Bolsonaro
Bolsonaro disse que 'tem muito a conversar' com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto (foto: Evaristo Sá/AFP)
O evento que marcaria a oficialização da filiação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Partido Liberal (PL), que aconteceria no dia 22 de novembro, está cancelado. A confirmação se deu por meio de uma nota, assinada pelo presidente da própria legenda, Valdemar Costa Neto, neste domingo (14/11).

De acordo com o comunicado enviado aos correligionários, a decisão foi tomada após "intensa troca de mensagens" entre Valdemar e Bolsonaro durante a madrugada de hoje. Ainda segundo o presidente do partido, o martelo foi batido "em comum acordo".

A nota emitida por Valdemar Costa Neto finaliza deixando em aberto uma nova data para o compromisso da filiação.

"Muito a conversar"


Jair Bolsonaro, que está em Dubai para cumprir agenda, disse, durante a visitação à uma feira de aviação que ele e Valdemar Costa Neto têm "muito o que conversar".

Entre as questões pendentes listadas pelo presidente da República, estão pautas conservadoras e o apoio do partido a determinadas legendas pelo país, como o PSDB em São Paulo.

"Temos muitas coisas a acertar ainda. Por exemplo, o discurso meu e do Valdemar nas questões das pautas conservadoras, nas questões de interesse nacional, na política de relações exteriores. A questão de defesa, os ministros, o padrão de ministros a continuar. Casamento tem que ser perfeito", explicou Bolsonaro.

A ressalva do presidente quanto ao PSDB em São Paulo é por causa do governador do estado, João Doria. Durante a pandemia da COVID-19, Doria e Bolsonaro trocaram farpas, até que o líder estadual se tornou um dos principais adversários políticos do chefe do Planalto.

Imbróglio


Em São Paulo, o PL quer apoiar a candidatura do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) ao Palácio dos Bandeirantes. Já Bolsonaro quer ter um palanque diferente no Estado e não aceita apoiar um apadrinhado do governador João Doria (PSDB-SP), seu adversário. O presidente deseja que o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, dispute a sucessão de Doria.

Na tentativa de um acordo, a cúpula do PL sugeriu Tarcísio como candidato ao Senado por Goiás. O que não agrada aos bolsonaristas, que vetam qualquer aliança com o grupo de Doria. Em São Paulo, o PL faz parte da base do governo estadual e tem o controle de estruturas importantes, como o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

As divergências, porém, não se resumem a São Paulo. O PL e Bolsonaro têm obstáculos a superar em outros Estados, como Piauí e Alagoas - onde o partido de Costa Neto deve apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - e no Amazonas. Lá, o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (AM), é adversário de Bolsonaro e ameaça sair do PL.


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