O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está em Dubai, no Emirados Árabes, amparado por deputados federais, ministros e, até mesmo, pelo vereador de Belo Horizonte, Nikolas Ferreira (PRTB). O grupo está no Oriente Médio para participar de feiras e debates. Perto dali, em Abu Dhabi, um grupo liderado pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), busca captar parcerias.
No grupo de Bolsonaro e Nikolas, estão nomes como os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Hélio Lopes (PSL-RJ) e o senador Flávio Bolsonaro (Patriotas-RJ).
Pela Esplanada dos Ministérios, se fazem presentes figuras como Paulo Guedes, titular da pasta de Economia, e Mário Frias, da secretaria especial de Cultura.
Integram também a comitiva presidencial os ministros do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno; das Relações Exteriores, Carlos França; do Turismo, Gilson Machado; da Defesa, Walter Braga Netto; e o de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Até mesmo o ex-senador Magno Malta, que recusou ser o vice de Bolsonaro na corrida presidencial em 2018 e perdeu prestígio em Brasília, marcou presença.
Paralelamente aos esforços em solo árabe, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), continua na Europa depois da missão em território escocês : ele está em Portugal.
Os meandros da agenda de Zema nos Emirados
Neste domingo (14/11), a equipe de Zema conversou com empresários locais, sobre a possibilidade de investimentos na produção de alimentos. O intercâmbio tecnológico também é desejo.
Zema esteve com integrantes da Câmara de Comércio e Indústria de Abu Dhabi. Eles se reuniram na sede da Al Dahra, companhia emiradense que planeja aportes financeiros na América Latina e trabalha com produtos como arroz, vegetais, farinha e frutas. Articulações sobre parcerias em áreas como tecnologia e inovação estão na mira. Neste momento, porém, as relações entre o estado e os Emirados Árabes são sustentadas, sobretudo, por carnes, açúcar e café.
Zema entregou, aos componentes da Câmara de Abu Dhabi, composta por empreendedores de vários setores, um portfólio detalhando os potenciais de Minas Gerais.
"Minas é o segundo maior estado do Brasil em número de habitantes e tem a segunda maior economia. Somos um estado territorialmente grande, com enorme potencial inclusive na parte agrícola, sendo o maior produtor de laticínios do Brasil, o maior produtor de café, além de grande produtor de frutas", disse o governador, aos anfitriões.
Ações de desburocratização da atividade empresarial e programas para qualificar a mão de obra são os trunfos para atrair, a Minas, o dinheiro árabe. A existência de universidades especializadas em temas agrícolas também é vista como diferencial.
"Sabemos que a mão de obra é sempre uma questão a ser debatida, mas em Minas temos profissionais qualificados para atuar também no setor de alimentos", garantiu Roscoe, da Fiemg.
A Al Dahra planeja fazer uma visita ao Brasil para avaliar as possibilidades de ingressar no mercado nacional e avançar nas tratativas. "Nosso foco é a segurança alimentar e trazer alimentos para essa região", resumiu Gianluca Fabbri, diretor financeiro da companhia.
No time capitaneado por Zema na Ásia, estão representantes do secretariado estadual e do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas (Indi). Matheus Simões, da Secretaria-Geral, e Fernando Passalio, da pasta de Desenvolvimento Econômico, participam das conversas.
Em Dubai, Nikolas quer 'vender' o Cruzeiro
Em meio às discussões sobre temas industriais e às fotos com figuras como o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que engrossam a comitiva de Bolsonaro em Dubai, Nikolas Ferreiras conseguiu tempo para tentar "convencer" um habitante local a "comprar" o Cruzeiro, clube de seu coração, acometido por grave financeira.
"Você quer comprar o Cruzeiro?", perguntou o vereador, em vídeo descontraído postado nas redes. "Sim", responde o homem, vestido com os típicos trajes árabes. A brincadeira tem um motivo: a Raposa trabalha para aderir ao modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF), que permite a captação de verbas estrangeiras para investimentos e saneamento de dívidas.