Sem partido desde
novembro de 2019, quando deixou o PSL
, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), segue em busca de uma legenda para as eleições gerais de 2022, quando deve se candidatar à reeleição para o Palácio do Planalto. Desde o início de novembro, uma
filiação de Bolsonaro ao PL era certa
, mas desentendimentos nos últimos dias ameaçam a entrada do governante na sigla.
"Eu espero em pouquíssimas semanas, duas, três, no máximo, casar ou desfazer o noivado. Mas eu acho que tem tudo para a gente casar e ser feliz", afirmou Bolsonaro, que realiza agenda nos Emirados até amanhã (16/11).
Bolsonaro tinha o ato de filiação agendado para a próxima segunda-feira (22/11), mas o evento foi cancelado ontem. Segundo o site
O Antagonista
, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, teria trocado ofensas com o chefe de estado via mensagens.
"No comunicado de 8 linhas, enviado na manhã deste dia 14 de novembro, o liberal esclareceu que a decisão resultou de uma 'intensa troca de mensagens na madrugada deste domingo, 14, com o Presidente Jair Bolsonaro'. Segundo o mesmo comunicado, a decisão foi tomada 'de comum acordo', entre Costa Neto e Bolsonaro. A direção nacional do PL esclarece que ainda estuda outras datas para a realização do evento, a ser anunciada oportunamente", diz nota emitida pelo PL.
Jair Bolsonaro busca desde 2019 um partido para ter como "casa" e disputar o pleito de 2022. Ele chegou a organizar a criação do Aliança Pelo Brasil, mas a legenda não saiu do papel. Uma filiação ao Patriota também foi estudada, mas não se concretizou.
Um dos impasses de Bolsonaro e PL seria a boa relação do partido com São Paulo, estado governado por João Doria (PSDB), pré-candidato à Presidência da República em 2022. A legenda tem resistências em cortar relações com Doria e lançar apoio integral a Bolsonaro, que busca este eleitorado paulista.
"O que acontece: alguns estados, que para mim, para a possível eleição, se eu vier a ser candidato, são vitais, como São Paulo. Ele tem um compromisso em São Paulo, que tem mais de 30 milhões de eleitores", afirmou Bolsonaro, também ao G1, nesta segunda.
"E temos um patrimônio muito grande. Falei, mandei mensagem para o Valdemar Costa Neto. Temos bandeiras que não sou eu falando no dia da filiação. Quero que ele também fale. Nós dois devemos estar afinados", completou o presidente da República.