Jornal Estado de Minas

NOVO AFAGO

Juntos nos Emirados, Bolsonaro compara relação com Zema a 'casamento'

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), têm cumprido agendas juntos nos Emirados Árabes Unidos (EAU). Eles lideram comitivas distintas que foram ao Oriente Médio para conversar com lideranças e empresários. Nesta segunda (15/11), os dois estiveram na abertura de uma feira sobre investimentos no Brasil; ontem (14/11), participaram de um jantar. Bolsonaro, aliás, aproveitou a ocasião para tecer afagos a Zema, comparando a relação entre ambos a um "casamento".



As metáforas matrimoniais são um dos recursos prediletos do presidente para definir o nível de intimidade com outros políticos. À "Rádio Itatiaia", Bolsonaro não poupou elogios a Zema.

"É o governador de um estado importante do Brasil. Falamos a mesma linguagem. Temos interesses em comum: ele, pelo seu Estado; eu, pelo Brasil. É um casamento, praticamente. É um aliado para o Brasil. O Zema é importante para o quadro da política nacional", disse.

O convescote em solo emiradense foi oferecido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). O presidente da entidade, Flávio Roscoe, integra o grupo que acompanha Zema em busca de investimentos. Para o evento, empresários do estado fecharam uma churrascaria brasileira em Dubai.



Atração de investimentos na mira


Nesta segunda, a dupla formada por Zema e Bolsonaro "bateu ponto" no Invest in Brasil, fórum sobre a atração de recursos estrangeiros. As articulações, aliás, acabaram funcionando: o governo mineiro, a Fiemg e a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) assinaram acordo com a Câmara de Comércio Árabe.

O objetivo é aumentar o número de empresas instaladas em Minas Gerais aptas a chegar a países mulçumanos. As nações que seguem esses preceitos consomem apenas itens em conformidade às normas religiosas.

"Já tivemos contato com investidores e estamos em uma das regiões do mundo que mais tem recursos para investir. São países que exportam petróleo e que buscam novos locais para investimentos. Temos mostrado como Minas é um local bom para investir e também falamos sobre a nossa economia verde. Dentro da lógica da segurança alimentar, que é um fator de preocupação deles, especialmente após a pandemia, mostramos que temos terras prontas para a produção de alimentos", projetou Zema.



A comitiva de Bolsonaro em Dubai deve ficar na cidade até amanhã (16/11). No grupo, estão nomes como os ministros Paulo Guedes (Economia), Carlos França (Relações Exteriores), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Walter Braga Netto (Defesa). Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, também se faz presente, bem como a primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

O presidente da República "carregou", ainda, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ). Hélio Lopes (PSL-RJ), outro parlamentar federal, e o vereador de Belo Horizonte Nikolas Ferreira (PRTB) também viajaram.

Na delegação chefiada por Zema, estão representantes do secretariado estadual e do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas (Indi). Matheus Simões, da Secretaria-Geral, e Fernando Passalio, da pasta de Desenvolvimento Econômico, também participam.



Afagos constantes


Os "sinais" emitidos por Bolsonaro em relação a Zema têm se tornado recorrentes. Em setembro, quando esteve em Belo Horizonte para autorizar o repasse de verbas federais ao metrô da capital, fez afagos ao governador. "Como é bom ter um governador da estatura do Romeu Zema. A humildade do Zema é o sucesso de seu trabalho em Minas", falou o presidente. "Foi uma surpresa para nós sua ascensão", chegou a sentenciar.

Iminente candidato à reeleição, Zema deve permanecer no Novo para 2022. Ao contrário do que fez o partido em pleitos passados, o governador poderá construir coligação com outras siglas. A legenda deve ter Luiz Felipe D'Ávila na corrida presidencial. Há alguns dias, Zema chegou a receber convite do MDB.

Bolsonaro, por sua vez, segue sem filiação. Ele estava apalavrado com o Partido Liberal (PL) e tinha até mesmo data para ingressar oficialmente nos quadros da agremiação, mas divergências com o cacique Valdemar da Costa Neto alteraram o cenário. Os problemas passam pelo controle de diretórios estaduais do PL. Antes dos problemas, porém, a relação com o partido de Costa Neto também chegou a ser comparada a um caso amoroso.

audima