A possibilidade de uma greve dos motoristas do transporte público de Belo Horizonte levou o prefeito Alexandre Kalil (PSD) a criticar o resultado da CPI da BHTrans, da Câmara Municipal. Nessa sexta-feira (19/11), Kalil disse que, mesmo com o indiciamento sugerido pelo Legislativo, é a Prefeitura de BH (PBH) quem resolve os problemas da cidade.
"Todo mundo falou, teve CPI, teve greve, teve indiciamento. Mas agora, quem está tentando resolver o problema de quem não vai ter ônibus para andar é aqui, o gabinete do prefeito", disse Kalil, durante entrevista coletiva na PBH.
Foi a primeira manifestação pública de Kalil sobre o assunto após os pedidos de indiciamentos por parte da Câmara de BH. A Comissão Parlamentares de Inquérito (CPI) da BHTrans sugeriu o indiciamento de Kalil ao Ministério Público por peculato, prevaricação, condescendência criminosa, em 8 de novembro.
A crítica de Kalil partiu após um questionamento sobre o Comitê de Repactuação do Contrato dos Ônibus e Reformulação de Tarifas do Transporte Coletivo de BH, organizado a partir dos trabalhos da CPI da BHTrans. O comitê foi suspenso a partir de decisão da prefeitura.
"O problema do comitê é o seguinte: quando pedem a suspensão do contrato, que nós vamos avaliar, não tem suspensão, o comitê está suspenso, e nós vamos tratar numa mesa, vamos colocar lideranças, vamos fazer audiência pública, vamos apresentar para a Câmara, vamos fazer tudo que tem que ser feito", disse Kalil
"Temos que começar uma conversa séria sobre transporte público. Parece que só Belo Horizonte tem este problema, não parece que é um problema nacional, porque eles resolvem, eles pagam, eles dão subsídio, eles dão óleo diesel, cada um está se virando do jeito que pode. Agora, não pode é essa guerra de microfone, porque isso é muito bonito, mas isso não vai resolver o problema", completou.
Sobre a mesa citada por Kalil para tratar do transporte público, ela seria composta também pelo vice-prefeito Fuad Noman (PSD); o procurador-geral do município, Castellar Guimarães Filho; o presidente da Empresa de Transportes e Trânsito de BH (BHTrans), Diogo Prosdocimi; o secretário de Obras e Infraestrutura, Josué Valadão; o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de BH (SetraBH), Raul Lycurgo.
Os motoristas de ônibus reivindicam um reajuste salarial que, segundo a classe, não é concedido há dois anos.
Paralisação segue prevista
Os motoristas de ônibus reivindicam um reajuste salarial que, segundo a classe, não é concedido há dois anos.
A greve dos motoristas está marcada para segunda-feira (22/11). No mesmo dia, a partir do encontro da mesa nessa sexta na PBH, uma reunião de conciliação foi marcada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para tentar chegar a um acordo e impedir o movimento grevista.