Partidos progressistas cogitam construir, em Minas Gerais, uma frente para se opor à polarização entre o governador Romeu Zema (Novo) e o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD). Iminentes candidatos ao Palácio Tiradentes, eles lideram as pesquisas de intenção de voto. A articulação para concretizar uma aliança tem PT, PCdoB, PSB, Psol e PV. Dirigentes das agremiações se reuniram nesta segunda-feira (22/11).
O debate foi proposto pelo deputado estadual Cristiano Silveira, presidente do PT mineiro, que cedeu seu gabinete para as conversas. O diálogo entre os partidos é mantido há algum tempo, desde as tratativas para a organização de um ato que pediu o impeachment de Bolsonaro. A avaliação é que a maioria das siglas dispostas a conversar tende a apoiar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida ao Palácio do Planalto.
"Todos entenderam que a partir dos diagnósticos dos problemas que Minas Gerais vive, é importante que se tenha um projeto minimamente unificado", disse ele.
Silveira prega cautela em torno da pauta eleitoral, mas admite que os partidos podem, sim, se juntar em uma coalizão. "É uma discussão que deverá ocorrer naturalmente, no momento adequado, até porque há questões nacionais a serem resolvidas, como as federações (partidárias) e as candidaturas nacionais. Mas, na medida do possível, o esforço e o diálogo sempre vão ser para que esse movimento possa estar como consequência de um projeto para Minas Gerais".
"Essa articulação rompe a polarização entre as candidaturas de Zema e Kalil, e faz com que esses partidos, que já têm atuado com muita unidade nacionalmente possam pensar, em Minas, sim, em uma candidatura ao governo do estado", crê Wadson Ribeiro, presidente do PCdoB, ex-deputado federal e um dos rivais de Kalil na última eleição belo-horizontina.
A oposição a Jair Bolsonaro é vista pelos líderes das legendas como um dos pontos que facilita a aproximação. "A tônica que nos unifica é, primeiramente, derrotar Bolsonaro. E, aqui no estado, a derrota do governo Zema, que, assim como o cenário nacional, representa a política neoliberal e o retrocesso do que defendemos como política pública para Minas Gerais", explica Kátia Gaivoto, integrante da direção do PSB no estado.
A avaliação de que Zema "emula" Bolsonaro é corroborada por Osvander Valadão, presidente do PV em Minas Gerais. O partido abriga Agostinho Patrus, presidente da Assembleia Legislativa, que tem tecido fortes críticas ao governador.
"São partidos progressistas. A gente tem agendas em comum, que começa, por exemplo, pelo antibolsonarismo no cenário nacional. E, também, a dificuldade com o governo Zema, que reproduz o método bolsonarista no estado", pontua Valadão.
No PSOL, a ideia é discutir a adesão a eventual cordão suprapartidário em dezembro. "Nosso partido abre o debate para construir condições para frentes que possam derrotar o governo Bolsonaro nacionalmente e o governo Zema em Minas Gerais", garante Cacau Pereira, líder da Executiva psolista em solo mineiro.
À exceção do PV, todas as legendas que cogitam a costura de uma frente fazem, formalmente, oposição a Zema na Assembleia. Eles integram um bloco denominado "Democracia e Luta", responsável por reunir 17 dos 77 parlamentares estaduais.
Segundo pesquisa divulgada ontem pelo instituto F5 Atualiza Dados, Zema tem 35% das intenções de voto para o governo; Kalil, vice-líder, soma 12%.
Ao contrário de 2018, quando concorreu em chapa puro-sangue, Zema admite a possibilidade de construir coligações para 2022. O secretário de Governo, Igor Eto, capitaneia as conversas. Quem deve estar ao lado do Novo na eleição é o PP, do deputado federal Marcelo Aro, um dos principais aliados da atual gestão.
Kalil, por seu turno, pode ter o apoio do MDB. Embora Newton Cardoso Júnior, presidente do partido em MG, tenha convidado Zema, lideranças graúdas da legenda, como o ex-presidente Michel Temer, chamaram o prefeito para engrossar os quadros emedebistas.
A Rede Sustentabilidade também enviou representantação. O partido, porém, integra a base de apoio a Kalil - o ex-vice-prefeito, Paulo Lamac, é filiado à sigla - e deve estar no palanque do pessedista. Na pauta do encontro desta segunda, também estiveram ações consideradas necessárias pelos progressistas para barrar as agendas de Zema e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O debate foi proposto pelo deputado estadual Cristiano Silveira, presidente do PT mineiro, que cedeu seu gabinete para as conversas. O diálogo entre os partidos é mantido há algum tempo, desde as tratativas para a organização de um ato que pediu o impeachment de Bolsonaro. A avaliação é que a maioria das siglas dispostas a conversar tende a apoiar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida ao Palácio do Planalto.
"Todos entenderam que a partir dos diagnósticos dos problemas que Minas Gerais vive, é importante que se tenha um projeto minimamente unificado", disse ele.
Silveira prega cautela em torno da pauta eleitoral, mas admite que os partidos podem, sim, se juntar em uma coalizão. "É uma discussão que deverá ocorrer naturalmente, no momento adequado, até porque há questões nacionais a serem resolvidas, como as federações (partidárias) e as candidaturas nacionais. Mas, na medida do possível, o esforço e o diálogo sempre vão ser para que esse movimento possa estar como consequência de um projeto para Minas Gerais".
"Essa articulação rompe a polarização entre as candidaturas de Zema e Kalil, e faz com que esses partidos, que já têm atuado com muita unidade nacionalmente possam pensar, em Minas, sim, em uma candidatura ao governo do estado", crê Wadson Ribeiro, presidente do PCdoB, ex-deputado federal e um dos rivais de Kalil na última eleição belo-horizontina.
Pautas comuns animam dirigentes
A oposição a Jair Bolsonaro é vista pelos líderes das legendas como um dos pontos que facilita a aproximação. "A tônica que nos unifica é, primeiramente, derrotar Bolsonaro. E, aqui no estado, a derrota do governo Zema, que, assim como o cenário nacional, representa a política neoliberal e o retrocesso do que defendemos como política pública para Minas Gerais", explica Kátia Gaivoto, integrante da direção do PSB no estado.
A avaliação de que Zema "emula" Bolsonaro é corroborada por Osvander Valadão, presidente do PV em Minas Gerais. O partido abriga Agostinho Patrus, presidente da Assembleia Legislativa, que tem tecido fortes críticas ao governador.
"São partidos progressistas. A gente tem agendas em comum, que começa, por exemplo, pelo antibolsonarismo no cenário nacional. E, também, a dificuldade com o governo Zema, que reproduz o método bolsonarista no estado", pontua Valadão.
No PSOL, a ideia é discutir a adesão a eventual cordão suprapartidário em dezembro. "Nosso partido abre o debate para construir condições para frentes que possam derrotar o governo Bolsonaro nacionalmente e o governo Zema em Minas Gerais", garante Cacau Pereira, líder da Executiva psolista em solo mineiro.
À exceção do PV, todas as legendas que cogitam a costura de uma frente fazem, formalmente, oposição a Zema na Assembleia. Eles integram um bloco denominado "Democracia e Luta", responsável por reunir 17 dos 77 parlamentares estaduais.
O cenário
Segundo pesquisa divulgada ontem pelo instituto F5 Atualiza Dados, Zema tem 35% das intenções de voto para o governo; Kalil, vice-líder, soma 12%.
Ao contrário de 2018, quando concorreu em chapa puro-sangue, Zema admite a possibilidade de construir coligações para 2022. O secretário de Governo, Igor Eto, capitaneia as conversas. Quem deve estar ao lado do Novo na eleição é o PP, do deputado federal Marcelo Aro, um dos principais aliados da atual gestão.
Kalil, por seu turno, pode ter o apoio do MDB. Embora Newton Cardoso Júnior, presidente do partido em MG, tenha convidado Zema, lideranças graúdas da legenda, como o ex-presidente Michel Temer, chamaram o prefeito para engrossar os quadros emedebistas.