O secretário de Governo da Prefeitura de Belo Horizonte, Adalclever Lopes, se filiou nesta quarta-feira (24/11) ao Partido Social Democrático (PSD), mesma sigla de Alexandre Kalil. A assinatura da ficha de ingresso na agremiação ocorreu em Brasília (DF). Além de Kalil, outros pessedistas, como o vice-prefeito da capital, Fuad Noman, e o presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, estiveram presentes.
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A crise entre a ala de Adalclever e a cúpula do MDB é ilustrada por eventos ocorridos no início deste mês. No dia 5, lideranças nacionais como o ex-presidente Michel Temer estiveram em Belo Horizonte e convidaram Kalil para se filiar. Menos de 24 horas depois, em evento com Romeu Zema (Novo), Newton Cardoso Júnior abriu as portas da sigla para o governador.
Internamente, Adalclever era ferrenho defensor de que o MDB, como fez na eleição municipal de 2020, deveria acompanhar o prefeito de BH em eventual campanha ao governo. Apesar da saída dele do partido, ainda há agentes que trabalham na prefeitura filiados à entidade emedebista.
Articulações à vista
Filho de Mauro Lopes, deputado federal mineiro abrigado pelo MDB, Adalclever foi um dos responsáveis pela articulação que rendeu a Kalil a presidência da Frente Mineira de Prefeitos (FMP). A reativação da entidade foi vista como essencial pelo grupo que tenta emplacar o prefeito belo-horizontino como candidato ao governo estadual em 2022.
Neste ano, o secretário precisou ir à Câmara Municipal para depor a duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). Os comitês trataram do combate à COVID-19 em BH e da gestão da BHTrans.
Adalclever Lopes foi deputado estadual por anos a fio. De 2015 a 2019, presidiu o Parlamento mineiro. Na última eleição ao governo, após o PSB desistir de lançar Marcio Lacerda, assumiu a cabeça da chapa e disputou a corrida ao Palácio Tiradentes. Terminou em quarto lugar, com 2,77% dos votos.
Depois, o político chegou a atuar como consultor de Relações Internacionais da PBH. Ele assumiu a secretaria de Governo neste ano. Ele precisou se defender, no Conselho de Ética municipal, de denúncia apresentada pelo ex-chefe de gabinete de Kalil, Alberto Lage, sobre a pressão a um publicitário para bancar pesquisa eleitoral.