A Prefeitura de Belo Horizonte deve sofrer importante mudança em seu primeiro escalão. Filiado nesta quarta-feira (24/11) ao PSD, partido de Alexandre Kalil, o secretário de Governo, Adalclever Lopes, vai deixar o posto. Ele deve ser substituído por Josué Valadão, que chefia a pasta de Obras e Infraestrutura. A informação foi confirmada ao Estado de Minas por fontes ligadas ao poder Executivo municipal e, também, por interlocutores com acesso aos círculos pessedistas.
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Adalclever era defensor do apoio ao prefeito na eleição estadual do próximo ano. A pasta de Governo é responsável por tópicos como o diálogo com outros Poderes constituídos, sobretudo, no que tange ao Legislativo municipal.
Valadão, que deve ser o novo titular do setor, já esteve no cargo durante a gestão de Marcio Lacerda (PSB). Ele foi, também, Superintendente de Desenvolvimento Empresarial da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
Em 2016, Valadão tentou incursionar na vida eleitoral e compôs a chapa de Délio Malheiros à prefeitura. Eles não chegaram ao segundo turno.
Procurada, a Prefeitura de BH afirmou que as trocas na estrutura de gestão podem ser acompanhadas por meio do Diário Oficial do Município (DOM).
Adalclever será alvo de CPI
Esta quarta-feira marca o aniversário de 55 anos de Adalclever - curiosamente, o número eleitoral de seu novo partido. O dia agitado do político ganhou novo elemento nesta tarde, com a oficialização, na Câmara Municipal, de pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigá-lo.
O texto, já acolhido pela vereadora Nely Aquino (Podemos), presidente do Parlamento belo-horizontino, pede a apuração de supostas irregularidades, envolvendo a "promoção de negócios privados" na pasta de Governo.
Recentemente, o ex-chefe de gabinete de Kalil, Alberto Lage, o acusou de pressionar um publicitário a bancar pesquisa eleitoral. O caso foi parar no Comitê de Ética Municipal. A primeira parlamentar a assinar o pedido de CPI foi Flávia Borja, do Avante.
"(Adalclever) no exercício indevido das suas atribuições, seria o responsável não só por nomeações em troca de favores pessoais e políticos como também pela obtenção de vantagens de terceiros e verbas ilícitas", aponta o documento.
Os líderes partidários terão até o próximo dia 29/11 para escolher os componentes da CPI. A ação é uma espécie de reação ao veto à CPI da Máquina Pública municipal, questionada judicialmente por Adalclever.
A reportagem procurou Adalclever por meio de ligação telefônica e mensagem de texto. Se houver retorno, este texto será atualizado.