Escolhido pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, o governador de São Paulo, João Doria, prometeu, neste sábado (27/11), união do partido em prol da construção de um projeto nacional. Após ser declarado o vencedor das prévias tucanas, ele teceu fortes críticas a Jair Bolsonaro (sem partido). Ele chamou o poder Executivo federal de "genocida", por causa da postura do presidente da República ante a pandemia de COVID-19.
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O político de São Paulo conseguiu 53,99% dos votos dos filiados ao PSDB na disputa. Em segundo lugar, ficou Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul. Arthur Virgílio, ex-prefeito de Manaus (AM), terminou em terceiro.
A despeito das farpas que marcaram a contenda interna, Doria afirmou ser "amigo" de Leite e Virgílio.
"Sempre estivemos do mesmo lado: do Brasil, do PSDB e do povo brasileiro", garantiu ele. Agora pré-candidato, o governador citou tópicos como respeito às minorias e ao meio ambiente, incentivo ao livre mercado, respeito à democracia e geração de empregos. "Estaremos unidos na construção do melhor projeto para o Brasil", completou.
Em um discurso planejado, mas com trechos feitos no improviso, Doria prometeu um programa de transferência de renda e falou que o país virou "pária internacional". Na eleição de 2018, o paulista apoiou Bolsonaro no segundo turno.
"O nosso Brasil se transformou no Brasil da discórdia, da desunião, do conflito, da briga entre familiares e amigos, da arrogância política e da violência contra a imprensa, jornalistas e intelectuais. Ficamos presos em uma armadilha. Um círculo vicioso e danoso à vida do país".
Discurso tem críticas a Lula e lembranças tucanas
Houve tempo, ainda, para Doria criticar o PT, que deve lançar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como representante na corrida presidencial."Os governos Lula e Dilma representaram a captura do Estado, no maior esquema de corrupção que se tem notícia no país. Eu não esqueço isso. Lula, se prepare: nos debates, vou cobrar isso de você", assegurou.
Doria recordou, ainda, o Plano Real de Fernando Henrique Cardoso, tucano que presidiu o Brasil entre 1995 e 2002. Mencionou, também, outras ações de figuras do PSDB, como a gestão de José Serra à frente do Ministério da Saúde.
As prévias do PSDB foram permeadas por problemas. A votação começou no último domingo (21), mas problemas no aplicativo desenvolvido para o processo forçaram um adiamento. Assim, a conclusão só veio neste sábado.
"O PSDB é o único partido que promoveu amplo processo democrático. Único partido a consultar suas bases, seus políticos e dirigentes sobre quem deveria liderar o processo de mudança do Brasil", minimizou o eleito.
"A eleição foi linda e valorosa. Não tenho dúvidas de que foi difícil a decisão de cada um ao longo desta semana", completou.