O episódio do camarão no almoço do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) rendeu mais um capítulo. Durante participação no podcast PodPah, na última quinta-feira (3/12), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi questionado sobre a polêmica e se “pobre pode comer camarão”. A resposta do petista viralizou nas redes sociais e recebeu mais de 16 mil curtidas.
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Fachin estende inquérito contra Renan e Jucá por propinas de R$ 5 mi da OdebrechtHomens seguem em cargos-chave na OAB apesar de nova regraEvangélicos querem vaga de vice de Bolsonaro“(O pobre) Deve e pode comer. Até porque é ele quem pega o camarão. É ele quem constrói o carro, é ele quem faz a roupa você tá vestindo, então ele tem o direito de ter as coisas que ele produz", argumentou o petista. Os internautas relacionaram a fala do ex-presidente com o livro O Manifesto Comunista, de Karl Marx, lançado em 1848.
A participação do petista no podcast foi o assunto mais comentado no Twitter na noite de quinta. O vídeo da entrevista, com mais de duas horas de duração, já recebeu mais de 4,4 milhões de visualizações.
Ao longo da participação no PodPah, Lula falou sobre vários assuntos, contou histórias da juventude, de quando era metalúrgico, da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) e mais em cerca de duas horas de conversa. Um dos destaques foi quando ele falou sobre anistiar os estudantes que devem o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
“Eles (o governo Bolsonaro) acabaram com tudo. Diminuíram o dinheiro para as universidades. O Enem, que já teve 16 milhões de pessoas inscritas, este ano teve só 3 milhões. Tem um milhão de meninos e meninas devendo pro Fies que não podem pagar. Anistia essas crianças, qual o prejuízo pro país? Tem tantos empresários que dão calote, o que custa anistiar esses meninos”, indagou.
Entenda a polêmica do camarão
O ator Wagner Moura foi fotografado comendo uma marmita de acarajé, depois que Mariguella, seu filme mais recente, foi exibido em um evento do MTST. Personalidades da direita brasileira, como o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL/SP), criticaram a aparente contradição da imagem. Dentre as muitas pessoas que rebateram a posição, esteve a cozinheira do restaurante que fez aquele jantar.
“São recheios de acaraje, que eu levei de forma voluntária cerca de 150 unidades de mini acarajes para distribuir entre acampados e os artistas presentes. Pois faço parte do MTST com muito orgulho”, escreveu Beatriz Alves, do restaurante Acarajazz. No perfil oficial do restaurante, também foi colocada uma mensagem que pede “menos osso e mais camarão” e fala que ver “pobre comendo bem” incomoda mais que a própria fome.