O governador João Doria (PSDB) e o ex-ministro Sérgio Moro (Podemos-PR) devem se encontrar nesta quarta-feira, 8, pela primeira vez na condição de pré-candidatos ao Palácio do Planalto. O gesto público de aproximação é visto como positivo por aliados de ambos os lados, mas uma composição ou até mesmo uma aliança entre o tucano e o ex-juiz é considerada como improvável porque ambos não estariam dispostos a abrir mão de sair como cabeça de chapa.
Leia Mais
Um dia após vencer prévias do PSDB, Doria diz ser 'possível' uma aliança com MoroApós vencer prévias, João Doria fala sobre união com Sergio MoroDoria diz que PSDB deve buscar diálogo com Moro, Mandetta, Pacheco e Tebet"Vai ser mais um gesto de elegância política, já que as pretensões de ambos são similares. Mas se tiver a possibilidade de uma convergência, ela se dará em torno do Moro, que deslanchou", disse o senador Alvaro Dias (Podemos-PR). Em entrevista ao Estadão, Doria disse que ele e Moro estarão no mesmo campo, mas não necessariamente na mesma chapa. "Neste momento é importante estar próximo e manter o diálogo com todos os pré-candidatos da terceira via", disse Wilson Pedroso, coordenador da pré-campanha de Doria.
Ao Estadão, Doria disse que ele e Moro estarão no mesmo campo, mas não necessariamente na mesma chapa. Unidos no discurso antipetista e anti-bolsonaristas, o governador e o ex-ministro se complementam: Doria tem estrutura partidária e a máquina do Estado, mas Moro, que está em um partido pequeno, está melhor posicionado nas pesquisas.
O entorno de Moro admite reservadamente que o campo de articulação política dele é limitado devido à atuação da Lava Jato. Não haveria clima, por exemplo, para uma aproximação com o PSD ou o MDB. Já Doria tem bom trânsito entre emedebistas. A missão de ambos nos primeiros meses de 2022 será costurar um arco de alianças partidárias em um cenário no qual o pragmatismo tende a empurrar as siglas do centro para um dos extremos.