O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou nesta sexta-feira (10/12) da Cúpula pela Democracia, evento virtual organizado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Em discurso gravado de cerca de 3 minutos, o chefe do Executivo brasileiro discursou pela defesa da democracia e direitos humanos e alegou que seu governo está "há quase 3 anos sem corrupção".
"A criação do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos é resultado desse compromisso. A luta contra a corrupção também constitui prioridade permanente, tanto é que estamos completando 3 anos sem uma denúncia sequer em nosso governo, ao contrário do que ocorria em anos anteriores", disse.
No entanto, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 viu indícios de prática de prevaricação no contrato de compra da vacina indiana Covaxin. Na época, a CGU aconselhou a suspensão da negociação.
Ele ressaltou que o mundo pode contar com o Brasil para o fortalecimento da democracia. "Adotamos o mais ambicioso e abrangente plano anticorrupção da história desse país e estamos construindo e fortalecendo mecanismos para prevenir, detectar e punir atos de fraude, corrupção e comportamento antiético. Reitero nosso compromisso de continuar promovendo uma administração pública transparente e responsável mediante políticas transversais de integridade pública. Contem com o Brasil para contribuir para o fortalecimento da democracia no mundo, com pleno respeito à soberania e à independência das nações", completou.
O líder do Executivo também defendeu a liberdade de expressão, principalmente na internet, e cumprimentou o democrata Joe Biden pela iniciativa de organizar a Cúpula.
"Esta é uma oportunidade para renovar no mais alto nível nosso compromisso com o mundo com a defesa da democracia, o combate à corrupção e a proteção dos direitos humanos e das liberdades fundamentais. No Brasil, nossa Constituição Federal estabelece a dignidade humana e a democracia como princípios fundamentais da República. Temos trabalhado com determinação para forjar uma cultura de diálogo, liberdade e inclusão social, estamos empenhados em assegurar as liberdades de pensamento, associação e expressão, inclusive na internet, algo essencial para o bom funcionamento de uma democracia saudável", disse em alusão a prisão de aliados, desmonetização de páginas bolsonaristas ou mesmo os processos na Suprema Corte em relação às fakes news. Na última, ao correlacionar a vacina da covid-19 à Aids, o mandatário teve a live derrubada.
"Valorizamos os direitos de todos de expressarem suas opiniões e de serem ouvidos. Nos últimos anos, trabalhamos com afinco na proteção e promoção dos direitos humanos no Brasil. Reafirmo nossa determinação de proteger e respeitar os direito humanos e as liberdades fundamentais de todos os brasileiros, independentemente da origem, raça, sexo, cor, idade, religião, sem qualquer forma de discriminação. A proteção dos direitos humanos é valor inerente ao governo brasileiro e orientador de todas as nossas políticas públicas e programas sociais", concluiu.
Homofobia
Apesar da defesa pelos direitos humanos, Bolsonaro frequentemente faz comentários de cunho homofóbico. No último dia 7, o presidente falou sobre o que chamou de "linguagem neutra dos gays". O chefe do Executivo citou como exemplo uma questão da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2018 e reclamou que a utilização dos termos neutros "estraga a garotada". Na linguagem neutra, os pronomes contemplam pessoas de gênero não binário, no lugar de "ele/ela".
No mesmo dia, disse que atualmente está "um vale tudo terrível".