O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou "os dois que estão competindo" na corrida presidencial para 2022 com ele, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), em entrevista para o jornal argentino Página 12. Apesar de Lula e Bolsonaro não terem confirmado pré-candidatura, o tom do petista foi de rivalidade.
Leia Mais
Bolsonaro diz que seu governo está ''há quase 3 anos sem corrupção''Bolsonaro faz discurso anticorrupção na Cúpula da DemocraciaPresidente do Atlético-GO tenta tirar máscara de repórter e cita BolsonaroMoro sobre candidatura de Dallagnol: 'Deputado mais votado do Paraná'Músicos não ofenderam Lula ao recebê-lo em instituição francesa'Suplentes do bolsonarismo raiz', diz Ciro sobre pacto entre Doria e MoroAo lado de Fernández, Lula é recepcionado na Casa Rosada"São dois personagens muito comprometidos com a extrema-direita. E, no caso de Moro, ele é um personagem perigoso: quando era juiz, ele ousou mentir em um julgamento para me condenar e me levar à prisão para impedir que eu fosse eleito presidente em 2018", afirmou Lula.
"Diria que eles são dois extremistas. Bolsonaro é um fascista, e Moro é um neofascista. Ambos vão tentar mentir para a sociedade o tempo todo", completou. A reportagem entrou em contato com as assessorias do presidente e do ex-juiz e aguarda resposta.
Segundo o petista, os dois vão "lutar entre si para ver quem vai para o segundo round com o PT", em um possível segundo turno das eleições do ano que vem para a Presidência da República.
"Não sei se é percebido na Argentina, mas aqui sou a pessoa mais censurada do planeta Terra. Qualquer candidato além do PT, que tem 1% nas pesquisas, aparece mais na televisão do que Lula, que tem 46% ou 47% dos votos", disse o ex-presidente.
Com a rejeição de Bolsonaro subindo no Brasil, Lula descartou a possibilidade de não ser reconhecido como presidente caso vença as eleições de 2022.
"O que vai acontecer no Brasil é um golpe democrático: uma grande maioria do povo brasileiro rejeitará Bolsonaro e elegerá um candidato progressista. Espero que seja eu. O povo brasileiro se lembra de nosso legado. Estou convencido de que vamos vencer", afirmou.
Viúvo desde 2017, Lula ressaltou ter planos de se casar com a noiva Janja, apelido da socióloga Rosângela da Silva, no ano que vem. "Não é porque ela queira. Preciso me casar, tenho um compromisso com ela e espero que seja antes das eleições", falou.
A entrevista do Página 12 foi feita em São Paulo, no Instituto Lula, mas replicada nas redes sociais do jornal nesta sexta-feira (10), enquanto Lula está na Argentina para receber o Prêmio Azucena Villaflor, cedido para defensores de direitos humanos.
O jornal argentino tratou o petista como pré-candidato ao governo brasileiro e destacou que ele é "o candidato presidencial favorito para as eleições de outubro", segundo pesquisas de intenção de votos.