O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) é um dos nomes em jogo para ser vice-presidente na chapa de Sérgio Moro (Podemos). Ao que tudo indica, a aliança entre União Brasil e Podemos lançará o nome que acompanhará o ex-juiz na corrida para a presidência da República de 2022.
Em entrevista ao Correio, Mandetta afirmou que a definição da chapa depende da escolha do presidenciável, que ainda não foi determinada por uma coalizão de partidos de centro-direita. "Desde maio, estamos formatando um grupo com esses partidos DEM, MDB, União Brasil, PV, Cidadania e Podemos. A gente tem uma mesa política e sempre foi combinado trabalhar os nomes durante o recesso. Todas as legendas vão ver qual será a melhor forma e com quem deve se fazer uma composição para uma aliança ampla, uma frente ampla de pessoas", disse.
Leia Mais
Lula diz que esquerda foi responsável por melhor período da América do SulMúsicos não ofenderam Lula ao recebê-lo em instituição francesaDeltan se filia ao Podemos e repete discurso de Moro contra Lula e BolsonaroO ex-parlamentar destacou também que é preciso analisar qual o "melhor nome", "que ajuda a prosperar" em uma chapa presidencial. "Não sei se vai ser Doria, Eduardo Leite, Simone Tebet. O importante é ser o que for melhor para não fragmentar e sair várias chapas distintas. Nesse momento é preciso não ter vaidade e ter um enfrentamento unido", afirmou.
Ao ser questionado se a coalizão seria semelhante à federação que está sendo montada por partidos de esquerda - encabeçada pelo PT - , o ex-ministro afirmou que é difícil, haja visto que a proposta esquerdista "é um arranjo muito maior e permanece por quatro anos". O ex-ministro afirmou que o PSD ainda não está na formação, mas "vamos ver como Kassab vai conduzir e certamente estamos abertos para a entrada do partido ''.
Ex-ministro é cotado por caciques
Na última quarta (8/12), os presidentes do Podemos, Renata Abreu, e do União Brasil - fruto da fusão DEM e PSL - Antônio de Rueda, começaram a acertar a parceria entre os partidos. Mandetta confirmou ao Correio que o diálogo entre as duas legendas está avançado e seu nome está posto assim como o de outros. ACM Neto e Luciano Bivar também têm nomes fortes para a chapa. Uma mulher, que ainda se filiará ao Podemos, ou alguém do mercado financeiro também são cogitados para compor a aliança.
"Eu tenho minha posição desde o início e nunca me coloquei como pré-candidato. Mas, estou aqui para ajudar o Brasil a sair dessa polarização absurda", afirmou. De acordo com o político, o maior desafio agora "é não dispersar" as candidaturas.
O desgaste da imagem do presidente Jair Bolsonaro (PL), em especial com relação à pandemia, torna Mandetta um nome forte para ocupar a vice-presidência. O próprio político enxerga o fato de não ter podido conduzir o enfrentamento ao coronavírus como um ponto positivo. "Fui impedido de realizar o trabalho no Ministério, por variados motivos. Um deles é que o Bolsonaro pediu um ministério técnico e na hora que precisou ele não quis um trabalho técnico", criticou. "Isso também é uma coisa para as pessoas julgarem, para refletir".
O ex-parlamentar destaca o fato de haver "um enorme número de pessoas que votaram no Bolsonaro e estão decepcionadas", como também uma parcela do eleitorado que não vai escolher o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Questionado se voltaria ao Congresso Nacional, onde cumpriu dois mandatos como deputado federal, Mandetta afirmou que ainda não refletiu sobre a questão e dependerá de definições de seu estado, Mato Grosso do Sul. "Ainda não refleti sobre a política regional do meu estado. Estou focado em ajudar a construir um projeto de nação, de Brasil", finalizou.
Presidentes engavetam consulta popular
Os presidentes nacionais do União Brasil e do Podemos pretendiam criar uma consulta popular para definir o melhor candidato da chamada terceira via. Como a aliança está se tornando mais forte, os caciques engavetaram a proposta.