
Nesta mesma manhã, o governo de Minas acionou a Justiça para impedir a votação do congelamento do IPVA antes da adesão ao RRF. O Poder Judiciário acatou a liminar do Executivo, mas a Assembleia, por meio do presidente da Casa, Agostinho Patrus (PV), afirmou que não tinha sido notificada da decisão e seguiu com a apreciação.
Durante a discussão, o deputado estadual Guilherme da Cunha (Novo) afirmou ser contrário à votação por conta da decisão judicial. Ele leu o ofício da Justiça em plenário, mas Agostinho Patrus afirmou que a Casa ainda não tinha sido notificada e que o parlamentar não era oficial de justiça.
O texto, de autoria do deputado estadual Bruno Engler (PRTB) e de relatoria do parlamentar André Quintão (PT), foi apreciado em regime de urgência e aprovado em turno único, mas a decisão judicial impede que ele seja sancionado. Judicialmente, os efeitos do projeto que congela o IPVA estão suspensos até que o RRF seja apreciado na ALMG.
"Acaso já findada a votação dos projetos dos Projetos de Lei nº 3.278/2021 e do Projeto de Resolução nº 152/2021, que sejam os resultados SUSPENSOS até a votação do PL 1202/2019, sob pena de multa única de R$ 100.000,00 (cem mil reais) ao presidente da Casa Legislativa", diz trecho da decisão.
O Projeto de Resolução 152/2021, outro texto citado pela Justiça e aprovado nesta quarta, diz respeito à prorrogação do estado de calamidade pública em cidades de Minas Gerais. A ALMG vai recorrer da decisão judicial.
Jogada para destravar a pauta
Há, na Assembleia, certa resistência à adesão ao RRF. Por isso, nessa terça-feira (14), alguns dos líderes do Legislativo acertaram priorizar propostas para enfrentar a pandemia. O projeto sobre o IPVA, apresentado por Bruno Engler (PRTB), anexa um documento em que Zema sugere limitar o reajuste do tributo em 2022.
A combinação que viabilizou a votação foi anunciada oficialmente pelo presidente da Casa, Agostinho Patrus (PV), durante a reunião plenária dessa quarta. A possibilidade de analisar nesta semana o texto sobre o IPVA, porém, segundo apurou o Estado de Minas, já era aventada nos bastidores desde horas antes, quando foi publicada a resolução permitindo a convocação de sessões extraordinárias para votar projetos relativos ao coronavírus.
A decisão confrontou os governistas, que se viram contrariados com a decisão. Apesar disso, a matéria foi aprovada em plenário nesta quarta sem nenhum voto contrário.