O presidente Jair Bolsonaro (PL) compartilhou nesta quinta-feira (16/12) um vídeo em que um homem aparece criticando a vacina contra a COVID-19, chamando o imunizante de "porcaria" e colocando em dúvida sua eficácia. O vídeo foi publicado no Twitter pelo chefe do Executivo em resposta a uma postagem do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que falava sobre o marco legal das ferrovias.
"Poliomielite, sarampo, rubéola, o que seja, são vacinas que você tomou e nunca mais teve aquela doença, então você associou 'estou vacinado, estou imunizado, não vou pegar mais aquela doença'. Com esse psicológico aí, todo mundo foi induzido a tomar essa porcaria porque achou que estaria imune", alega o homem no vídeo.
"Resultado: os que se vacinaram estão passando a doença e não estão imunes. Tem muita gente morrendo, morrendo de outras causas adversas que estão dando nome de variante ômicron e qualquer outra coisa. O que a gente quer é liberdade de poder escolher sem ser cerceado do nosso dever, da nossa profissão, direito de trabalhar, de cidadão comum", completou, com justificativa semelhante aos argumentos repetidamente usados por Bolsonaro, que defende a liberdade individual na escolha de tomar ou não a vacina contra a COVID-19.
Bom dia. A caminho de Patos de Minas (MG) p/ falar sobre a grande notícia da semana, o novo Marco Legal das Ferrovias. Já recebemos 48 pedidos para construção de mais de 15 mil km de estradas de ferro privadas em 16 unidades da federação. Revolução nos transportes em andamento %uD83D%uDEE4
%u2014 Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) December 16, 2021
É importante destacar que a vacina não impede que se contraia o vírus, mas ajuda na prevenção de casos mais graves e internações. Mesmo quem já foi imunizado pode transmitir o vírus para outras pessoas. Por isso, a importância da continuidade do uso de máscaras.
Passaporte da vacina
No último dia 9, o presidente voltou a criticar o chamado passaporte da vacina e reforçou que não tomará o imunizante. "Se eu tomo uma decisão, posso ser contraditado depois, e quem decide, ali na ponta, é o governador e o prefeito. E o STF estava ameaçando, via ministro [Luís Roberto] Barroso, exigindo o passaporte. Colocamos o teste e a quarentena, e acho que satisfez. Da minha parte, eu não tomei vacina e não vou tomar vacina. É direito meu. Até porque os efeitos adversos são enormes. É a liberdade", defendeu.
Na verdade, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria, ontem, a favor da exigência do comprovante de vacinação contra a COVID-19 para a entrada de viajantes no Brasil.
No dia 7, o presidente repetiu críticas à adoção de um passaporte vacinal no país e comparou a medida a uma "coleira" e disse que "prefere morrer a perder a liberdade".
No início do mês, no dia 2, ele ressaltou que por parte do governo federal, "ninguém foi obrigado a se vacinar". "Ninguém foi ameaçado de perder direito ou perder o emprego caso não se vacinasse. Vamos respeitar esse direito de cada um de nós porque amanhã pode ter uma coisa que você, hoje, vacinado, não concorde. E você não vai querer que se obrigue a fazer essa coisa no dia de amanhã. Não podemos começar cada vez mais a tolher direitos nossos. A nossa liberdade não tem preço", concluiu na data.