A Câmara aprovou pedido de urgência para a tramitação do projeto de lei que legaliza jogos de azar no País. Foram 293 votos a favor, 138 contra e 11 abstenções. No começo da semana, a bancada evangélica havia conseguido adiar a análise do requerimento. No entanto, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), também pautou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que isenta imóveis alugados por igrejas de pagamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).
O PSC e o Republicanos, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, foram os únicos partidos a orientar voto contrário ao pedido de urgência. Outras legendas do Centrão, como o PP e o PL, se posicionaram a favor. Na esquerda, o PT liberou a votação. A matéria prevê a regulamentação de práticas como bingos, cassinos, caça-níqueis e jogo do bicho no País.
Leia Mais
Procuradoras representam contra Ratinho por sugerir metralhar deputadaCâmara aprova isenção do IPTU para templos mesmo se alugadosBolsonaro: 'Pedi nome das pessoas que aprovaram a vacinação para crianças'Câmara vota hoje projeto que legaliza cassinos e bingos no BrasilDatafolha: Lula tem 59% contra 30% de Bolsonaro no 2º turno"Nós da Frente Parlamentar Evangélica somos terrivelmente contra esse PL e vamos obstruir a votação", declarou Madureira, presidente da bancada no Congresso, na segunda-feira. A fala fez referência a uma declaração do presidente Jair Bolsonaro (PL), que indicou o "terrivelmente evangélico" André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-advogado-geral da União e ex-ministro da Justiça foi aprovado pelo Senado e tomou posse hoje, ocupando o lugar deixado por Marco Aurélio Mello na Corte.
Cavalcante, futuro presidente da bancada evangélica, também foi à tribuna da Câmara no começo da semana criticar o projeto. "Onde vamos conseguir recursos para cuidar daqueles que vão desenvolver compulsão aos jogos?", questionou.
Relator do substitutivo ao PL, apresentado em 1991 na Câmara, há 30 anos, o deputado Felipe Carreras (PSB-PE) defendeu a matéria. "É importante que se diga, respeitando quem pensa diferente, que no Brasil não é proibido os jogos de apostas. O que há é uma exclusividade dos jogos de apostas através do governo brasileiro, a Caixa Econômica, com Mega Sena, com raspadinha", disse. Ele argumentou que a regulamentação dos jogos de azar poderia gerar R$ 20 bilhões de arrecadação por ano.