Alexandre Kalil (PSD), prefeito de Belo Horizonte, criticou nessa quinta-feira (16/12) o fato de o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), tuitar, por exemplo, a quitação de salários. Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, o chefe do Executivo municipal foi assertivo sobre o novista.
"Tenho vergonha de tuitar, eu não tuíto nem que inauguro posto de saúde, não tuíto nem que Belo Horizonte tem remédio de sobra no posto de saúde. Não tuíto nem uma obra minha, não inauguro obra, porque fiz um viaduto de R$ 200 milhões, Viaduto Leste, não tuíto nada disso e vou tuitar salário? Isso é falta do que tuitar", disse Kalil.
Tuiteiro nato desde quando era presidente do Atlético, entre 2008 e 2014, Kalil reduziu o número de postagens a partir do momento em que se tornou prefeito, em 2017. Anteriormente, na mesma entrevista, Kalil comentou que a prefeitura está "arrumada", sem atraso de salários, e abordou a celebração pelo pagamento dos vencimentos.
"A prefeitura está muito arrumada. Não devemos um fornecedor, nunca atrasamos um dia de salário, porque agora salário virou um negócio, vira mote político, 'paguei o salário!'. A prefeitura nunca atrasou e pagou adiantado antes da pandemia o tempo todo que eu era prefeito. Salário é obrigação do poder público, porque o dinheiro vem do povo para pagar o salário. Se você não paga o salário, você está usurpando o povo", afirmou.
O anúncio de Zema nas redes a respeito dos salários tem muito a ver com o contexto em que o governo de Minas se encontra. Depois de cinco anos e meio de atrasos e parcelamentos, em agosto deste ano, o Executivo estadual passou a quitar os vencimentos no quinto dia útil.
"Depois de cinco anos e meio, acabou o pesadelo do funcionário público de Minas Gerais. A partir deste mês de agosto, todo funcionário passará a receber no quinto dia útil. Nós estamos aqui arrumando a casa, equilibrando as contas. E eu fico muito satisfeito. Agora que estamos colocando o trem em cima dos trilhos, vamos acelerá-lo", disse Zema, à época.