As ameaças a técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fizeram a entidade pedir proteção policial a alguns de seus funcionários. A situação foi lamentada neste domingo (19/12) por líderes políticos de campos opostos, mas contrários ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que afirmou ter pedido o nome dos servidores da agência reguladora responsáveis por dar aval ao uso da vacina antiCOVID-19 da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos.
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"Este é o resultado quando temos um presidente da República que ataca instituições, órgãos de estado, funcionários públicos e já deveria ter sofrido impeachment", postou.
"Em qual outro momento da história a Anvisa precisou pedir proteção policial aos seus servidores? Bolsonaro inflama o ódio e estimula a perseguição contra quem defende a vida", escreveu o deputado federal José Guimarães (PT-CE).
Neste domingo, a Anvisa emitiu comunicado para reiterar pedidos de proteção policial, feitos em novembro. A agência informou que "não publicará os anexos que materializam as ameaças recebidas para não expor os dados pessoais dos envolvidos, no entanto, todas as informações foram encaminhadas às autoridades responsáveis".
Recesso sem cessar ataques
Enquanto isso, Bolsonaro aproveitou o dia de recesso para um passeio de moto aquática no Guarujá neste domingo. Depois, foi à Praia Grande, onde cumprimentou e tirou selfies com apoiadores. A um homem que o questionou sobre a vacina em crianças, o presidente criticou a decisão da agência e rebateu afirmando ser " inacreditável o que a Anvisa fez"."Estamos trabalhando. Nem a tua é obrigatória, é liberdade. Criança é coisa muito séria. Não se sabe os possíveis efeitos adversos futuros. É inacreditável, desculpa aqui, o que a Anvisa fez. Inacreditável", disse o chefe do Executivo, em vídeo postados nas redes sociais.
De acordo com a Anvisa, a conclusão da área técnica é que os benefícios da vacina superam os riscos. Durante coletiva de imprensa para divulgar a aprovação da injeção para crianças, representantes das sociedades médicas brasileiras apoiaram a decisão da entidade.