A penúltima live do ano do presidente Jair Bolsonaro deixou claro que ainda existem rusgas entre o chefe do Executivo e o Supremo Tribunal Federal (STF). Questionado sobre o ano de 2021, Bolsonaro disse, na noite desta quinta-feira (23/12), que a "tristeza" desse ano foi a interferência do Judiciário em seu governo. Apesar de não citar nomes, a declaração foi uma referência direta às decisões dos ministros da Corte.
Leia Mais
Discurso contra corrupção aproxima a terceira viaCom forte influência política, Evangélicos são um pote de ouro nas eleiçõesSTF nega pedido de Zema contra ALMGRodrigo Pacheco defende vacinação de crianças: 'Não deve ser diferente'Bolsonaro diz que participou da consulta pública da vacinação de criançasPfizer diz que entrega de vacina infantil ao Brasil está prevista para janeiroConass divulga carta para crianças defendendo vacinação sem prescriçãoLula critica Queiroga e diz que ministro cria obstáculos para a vacinaçãoDesde que assumiu a presidência da República, Bolsonaro faz duras críticas ao STF. O presidente afirma que o tribunal atua em causas que são de competência de outras esferas. Um desses exemplos, segundo ele, foi a decisão da Corte que permitiu a prefeitos e governadores adotarem medidas contra a disseminação da covid-19 e a proibição, em 2020, de o diretor da Abin, Alexandre Ramagem, assumir o comando da Polícia Federal.
O presidente também citou a aprovação do ministro André Mendonça para o STF, em uma espécie de campanha antecipada, ressaltou que o próximo presidente eleito poderá indicar dois nomes para a Corte. "No ano que vem, quem você botar na presidência vai indicar dois ministros para o Supremo, como eu indiquei ministros que tem uma certa afinidade conosco. Defende as pautas de família, armas, liberdade religiosa. Eu duvido que eles vão agir diferente do que eu estou falando aqui e agora", afirmou.
Manifestações de 7 de Setembro
O auge da crise entre os Poderes foram as manifestações antidemocráticas de 7 de setembro. Os protestos pediam expressamente o fechamento do STF e a destituição de todos os ministros da Corte. Jair Bolsonaro chegou a dizer que não obedeceria mais às ordens do Supremo. No entanto, pressionado e cada vez mais isolado, ele divulgou uma 'Carta à Nação', escrita com a ajuda do ex-presidente Michel Temer, recuando de todos os ataques e afirmando que iria trabalhar em prol da "harmonia entre os Poderes".