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Estado de Minas Eleições 2022

Os obstáculos no caminho de Bolsonaro até as urnas no ano que vem

Especialistas avaliam o que pode dificultar a reeleição do presidente em 2022


25/12/2021 04:00 - atualizado 25/12/2021 07:14

Inflação em alta, desemprego, empobrecimento e desaceleração da economia são problemas que o presidente terá de superar
Inflação em alta, desemprego, empobrecimento e desaceleração da economia são problemas que o presidente terá de superar em 2022 (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 9/6/21)
O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), relata que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem clareza das dificuldades que o país passa, diz que o governo teve uma “passagem brilhante pela pandemia” e reforça que um dos principais entraves sob a mesa de Bolsonaro para o próximo ano será a inflação.

“O presidente lançou o Auxílio Emergencial, o maior programa do mundo, agora o Auxílio Brasil. Tivemos um início de vacinação que logo será recorde mundial e vamos continuar trabalhando nessa questão do encerramento da pandemia. O desafio agora é a inflação, é um desafio mundial. Todos os países estão enfrentando o mesmo problema. Mas, para o brasileiro interessa a inflação no país onde ele vive. Vamos ter como grande meta daqui pra frente o controle da inflação, no preço de alimentos, combustível e energia. Esses são o grande desafio e o presidente continuará de forma clara e corajosa lutando para resolver este problemas”, aponta.

O diretor-geral da Associação Contas Abertas, Gil Castello Branco, relata que o maior desafio do presidente Bolsonaro para 2022 será evitar que a economia brasileira permaneça no estado de estagflação, quando os preços estão em alta acentuada, e a atividade econômica se mantém em patamar muito baixo.

“As previsões do mercado, para 2021 e 2022, são pessimistas. Além do baixo crescimento da economia, da inflação ascendente e do desemprego em patamares elevados, deve-se ressaltar o risco do populismo econômico e a instabilidade política exacerbada como outras causas de vulnerabilidade no país no ano eleitoral. Estes fatores prejudicam as decisões de investimento, o que significa retomada mais lenta da atividade econômica no Brasil. Ao em vez de populismo econômico, seria o populismo fiscal”.

Com a aprovação do Auxílio Brasil em valor médio próximo a R$ 400 a popularidade do presidente deverá subir, imediatamente após o primeiro pagamento mensal, avalia Castello Branco. “Mas os agentes econômicos esperam previsibilidade, estabilidade, planejamento e responsabilidade fiscal. O governo tem sinalizado no sentido contrário”, observa Castello Branco. “As incertezas sobre o real compromisso do governo com a responsabilidade fiscal ativam uma corrente de fatos negativos: elevam o dólar, que aumenta os insumos importados e a inflação; a inflação gera a elevação dos juros, reduz os investimentos, o consumo e o próprio crescimento da economia, ampliando o desemprego e atingindo principalmente os mais necessitados”, explica, emendando que a irresponsabilidade fiscal “tem perna curta”.

O cientista político André César, sócio da Hold Assessoria, analisa que entre os obstáculos para sua reeleição, estão a economia em trajetória descendente, com alto nível de desemprego e PIB em queda, podendo até fechar 2022 negativo. “Outro desafio é a questão social e a miséria. Isso vai ser utilizado pelos adversários que o governo Bolsonaro deixou gente comendo osso, lixo. Por fim, a pandemia. Não sabemos o que a Ômicron pode trazer. Se a evolução da variante for agressiva poderemos passar por novo lockdown e Bolsonaro não vai poder fugir disso. É um cenário complicado para ele, num momento de baixa popularidade com Sergio Moro no retrovisor dele, que corre na faixa ideológica dele”, avalia.

Ricardo Ismael, cientista político da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), analisa que as perspectivas são pouco animadoras em relação ao próximo ano no que diz respeito ao crescimento econômico. “O ano de 2022 é um ano emblemático. Bolsonaro ainda é um candidato competitivo para ir ao segundo turno, mantém pouco mais de 20% de intenção de votos. Mas será uma tarefa árdua tentar reduzir a rejeição e chegar ao segundo turno com condições de vencer. Precisará ter cuidado, pois com a entrada de Moro uma boa parte do eleitorado que votou nele pode migrar para o ex-juiz, tornando mais difícil a trajetória de Bolsonaro”. Ele reforça que ainda faltam 10 meses para as eleições e que o tabuleiro político é incerto e mutável.



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