O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), crê que a candidatura do colega de partido e prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil ao governo mineiro é o "que se anuncia" neste momento. Para o congressista, a participação do correligionário na eleição estadual é viável e natural. Ele concedeu entrevista exclusiva ao Estado de Minas nesta quarta-feira (29/12).
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Pacheco chegou ao PSD em outubro deste ano, após pensar por alguns meses no convite feito por Gilberto Kassab, presidente nacional pessedista. Antes, o presidente do Senado era filiado ao DEM.
O senador afirma que compor eventual palanque de Kalil em Minas Gerais depende das "circunstâncias políticas", mas admite que eventos políticos do tipo podem ocorrer.
"Essa questão de subir no palanque depende das circunstâncias políticas, mas evidentemente, sendo ele candidato do PSD, meu partido, há, obviamente, uma naturalidade de apoio à candidatura do meu partido a qualquer pleito, inclusive ao governo do estado", afirmou.
"Isso depende muito das circunstâncias e da própria decisão do prefeito Kalil de ser candidato. Havendo essa decisão em 2022, vamos organizar, então, a posição do partido em todas as esferas", emendou Pacheco.
O comandante do poder Legislativo brasileiro é desejado por Kassab para representar o PSD na disputa ao Palácio do Planalto. Por ora, porém, ele tem preferido evitar pensar no assunto.
"Minha condição de presidente do Senado e do Congresso me impõe muita restrição na abordagem desse tema. Tenho obrigação com a pauta do país e com os projetos importantes para o desenvolvimento, com o governo de agora e o Congresso de agora. O compromisso é neste momento, de fazer política de alto nível, sem misturar discussões de cunho eleitoral".
Depois das farpas, a proximidade
Pacheco se aproximou do PSD no início deste ano, quando o partido decidiu apoiá-lo na eleição interna do Senado. As pontes com Kalil foram construídas a reboque - a reunião que iniciou as tratativas para o aval pessedista à candidatura do senador à presidência do Congresso, inclusive, ocorreu na casa do prefeito de BH.
A melhora na relação entre ambos é tão visível que Kalil tem dado acenos públicos simpáticos à eventual participação de Pacheco na disputa presidencial. Embora afirme que o tema ainda não desperta interesse popular, o alcaide da capital mineira é entusiasta da ideia.
"Todo mundo quer que seja , ótimo nome, cara respeitadíssimo, mas está cedo, ele mesmo está avaliando", falou, neste mês, em conversa com o EM.
No ano passado, às vésperas da eleição municipal, vencida por Kalil, eles trocaram farpas. O DEM, legenda que abrigava Pacheco, indicou o candidato a vice-prefeito na chapa liderada pelo deputado estadual João Vítor Xavier (Cidadania).