A audiência pública que recebeu especialistas e profissionais da saúde em Brasília e foi cncerrada mais cedo, nesta terça-feira (4/1), marcou a última etapa das discussões sobre a vacinação contra a COVID-19 para crianças de 5 a 11 no Brasil.
Alvo de amplas discussões, embora a imunização já tenha sido autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) há mais de 20 dias e recomendada por especialistas, o tema passou, ainda, por consulta pública. O documento, no entanto, despertou questionamentos por parte da população e da própria área da saúde: no texto não havia opções para se posicionar a favor da imunização infantil.
O resultado do levantamento apontou que a maioria dos participantes são contrários à obrigatoriedade da vacina e defendem que a opção seja facultada aos pais ou responsáveis. Por outro lado, a maior parte também se posicionou contrária à exigência de prescrição médica, ponto amplamente defendido pelo governo federal.
Ao todo, 99. 309 mil pessoas participaram da pesquisa. Os números foram divulgados pela secretária de enfrentamento à COVID-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite de Melo, durante o encontro. Além disso, a maioria também indicou que a prioridade do imunizante deve ser dada a crianças com comorbidades.
De acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o plano de vacinação deve começar na segunda quinzena de janeiro, sendo as diretrizes oficiais divulgadas somente nesta quarta-feira (5/1). Os imunizantes pediátricos da Pfizer devem chegar ao Brasil no dia 10 de janeiro.
Prioridades na vacinação
A pasta deve defender a vacinação, no primeiro momento, de crianças de 5 a 11 anos com deficiência permanente ou comorbidades. Seguidas das crianças, na mesma faixa etária, que moram com pessoas que possam desenvolver a forma mais grave da COVID-19. Por último, a imunização deve seguir em ordem decrescente.
Quanto à recomendação médica, apesar de ser contrária ao resultado da consulta pública, o Ministério reiterou que manterá a recomendação da prescrição.
Durante a audiência, Queiroga recuou e defendeu a comunidade científica. O ministro defendeu um artigo publicado que indica a segurança da vacina pediátrica, pouco depois enfatizou que a decisão cabe aos pais, que devem vacinar seus filhos “se assim desejarem”.