“Começo 2022 como um completo idiota. Vai ficar todo mundo doente!”. A forte declaração é de um servidor da Cidade Administrativa, que não quis se identificar, ao denunciar o medo e a insegurança de voltar às atividades presenciais na última segunda-feira (3/1), no primeiro dia útil do novo ano.
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“Todas as notícias falam que o mundo está de cabeça para baixo com a omicrion, Europa fechando tudo, as festas de réveillon e carnaval canceladas e os médicos continuam falando para continuar de máscara, evitar aglomeração, lavar a mão, álcool, tudo que estamos carecas de saber”, relata o trabalhador.
Segundo ele, a estrutura de trabalho na Cidade Administrativa não garante tranquilidade a quem tem de se deslocar diariamente para o local. “E não é que na contramão de tudo isso o governo de Minas vem agora mandar a gente voltar a trabalhar presencialmente todos os dias, aglomerados em prédios que não abrem janelas, circulando o mesmo ar condicionado para 30, 40, 100 pessoas?”, questiona.
“O mesmo governo que fica falando em entrevista que recomenda os protocolos é o mesmo que quer nos obrigar a aglomerar de uma vez por todas como se a pandemia fosse um problema só fora de lá? Por favor ajudem a gente, tem órgão que não autorizou nem trabalho híbrido, fez todo mundo voltar no momento mais crítico da nova variante”, complementou o servidor, que pede a ajuda de secretários, parlamentares e infectologistas. “Estamos todos expostos a risco por que existem lideranças negacionistas e que vivem na idade da pedra”, diz.
Opções
O governo adotou duas modalidades para o regime de teletrabalho na política permanente de Teletrabalho. Uma delas é a execução parcial, que combina o trabalho remoto com o trabalho presencial, garantindo revezamento entre trabalhadores. A outra é a execução integral, na qual todas as atividades do servidor são realizadas remotamente. O estado diz que a adesão é opcional.
Segundo a Coordenadoria Especial da Cidade Administrativa (Cecad), o uso da máscara de proteção durante todo o tempo de permanência na sede do Executivo e a higienização das mãos são procedimentos obrigatórios. O estado também prevê o revezamento nos horários de entrada e saída dos servidores, bem como no horário de almoço, para evitar aglomerações, e imprescindível a realização do esquema vacinal de imunização contra a COVID-19.
Desde o retorno ao trabalho presencial, não são mais necessários a medição de temperatura e o preenchimento do questionário para a entrada nos prédios.
Liberdade
Ao ser questionado pelo Estado de Minas, o governo afirmou que cada órgão ou autarquia tem a liberdade para definir seu esquema de trabalho.
“Na maioria dos órgãos e entidades houve a opção pelo regime de teletrabalho na modalidade de execução parcial, o que implica a definição de um cronograma para cada unidade administrativa e de um plano individual de trabalho, com a previsão de execução remota das atividades em alguns dias da semana ou do mês, conjugados com dias de trabalho presencial.”
“Na maioria dos órgãos e entidades houve a opção pelo regime de teletrabalho na modalidade de execução parcial, o que implica a definição de um cronograma para cada unidade administrativa e de um plano individual de trabalho, com a previsão de execução remota das atividades em alguns dias da semana ou do mês, conjugados com dias de trabalho presencial.”
“Cada órgão/entidade teve autonomia para propor os critérios para execução do teletrabalho, de acordo com a natureza das atividades e as especificidades de cada unidade administrativa. Alguns órgãos, por exemplo, definiram regras que implicam o comparecimento de 50% das equipes às respectivas unidades de exercício, com revezamento para obedecer a esse percentual. Outros autorizaram o teletrabalho em 3 ou 4 dias da semana. Em algumas situações, foi autorizado o teletrabalho integral, sem restrições, em um modelo proposto no controle e otimização de produtividade”, completou o Estado, em nota.