As cobranças de prefeitos ao Ministério da Saúde por mais testes de COVID-19, ajuda para ampliar a rede de atendimento e expansão do estoque de antigripais começam a ganhar respostas. Prova disso é que o governo federal já acenou com o envio de seis milhões de exames na semana que vem. A articulação dos líderes municipais foi pensada para se antecipar ao avanço da variante Ômicron, que combinada ao crescimento dos casos de Influenza, começa a pressionar a rede assistencial.
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COVID-19: governo atende pedido de prefeitos para aumento de testagemTripulantes com COVID em cruzeiros mais que dobram em dois diasCasos de COVID aumentam 323% em 24 horas em MinasPré-candidato, Viana prega 'ousadia' e critica Zema: 'Gosto pelo poder'Bombeiros e policiais militares inativos de MG serão designados 'veteranos'"É não esperar o leite derramar. É a gente tomar medidas antes que a gente tenha casos de agravamento da gripe e da contaminação por COVID. É uma articulação política. Para que os prefeitos não fiquem pressionando solitariamente, a gente se articula para exigir ajuda do governo federal para podermos cuidar bem da população", disse.
O pedido de ajuda à pasta chefiada pelo médico Marcelo Queiroga foi oficializado anteontem. Nessa quinta-feira (6), prefeitos se movimentavam, inclusive, para fazer um apelo público em busca de respostas. Vieram, então, sinal emitido pelo secretário-executivo da Saúde federal, Rodrigo Cruz.
Em cálculo que inclui os testes previstos para a próxima semana, o Ministério da Saúde projeta remeter 30 milhões de exames de antígeno até o fim de janeiro. O antigripal Tamiflu, outra reivindicação, está sendo viabilizado junto ao Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
"É fundamental essa articulação dos prefeitos para que a gente possa aticular, nas nossas unidades de saúde, os investimentos necessários em termos de pessoal e medicamentos para tratar a população", afirmou Marília.
Atenção primária em pauta
Outro pleito do consórcio, liderado por Gean Loureiro (DEM), prefeito de Florianópolis (SC), é o fortalecimento da atenção primária. Em Contagem, segundo Marília, essa é a principal lacuna do momento. De acordo com a petista, unidades de saúde sofrem com o congestionamento de pacientes em virtude do coronavírus e da gripe.
"Não temos problema de Tamiflu e de testagem, mas temos problema para aumentar o número de profissionais. Essa é a questão central", observou. "Existe o compromisso de ajudar financeiramente para colocar mais equipes no atendimento", emendou a prefeita.
Autoridades preveem dias críticos
Aos prefeitos, Rodrigo Cruz projetou 15 dias críticos no Brasil em virtude da subida da curva de contaminados pela Influenza e pela COVID-19, potencializada pela Ômicron. Até ontem, a nova cepa havia infectado ao menos 166 pessoas em Minas Gerais, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Os casos da doença viral cresceram 323% no estado em 24 horas.
Fábio Baccheretti, titular da pasta estadual, é outro a crer em aumento dos casos por causa da Ômicron, que ganhou força com as aglomerações de Natal e Ano Novo.
"Temos uma tendência de diminuição de óbitos em relação à COVID-19 e continuamos com menos paciente internados. No entanto, há uma tendência de aumento de casos novos por conta das aglomerações de final de ano e a expansão da variante Ômicron. Além disso, houve um relaxamento das medidas de proteção como distanciamento e uso de máscara, o que pode provocar um grande aumento no número de casos".