O presidente Jair Bolsonaro (PL) não esboçou qualquer reação, até o momento, depois de ser desafiado pelo diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, a apresentar indícios de corrupção no órgão regulador.
Leia Mais
Parlamentares apoiam nota em que presidente da Anvisa cobra BolsonaroBolsonaro critica vacinação infantil e ataca Anvisa: 'Dona da verdade'STF dá 48h para Bolsonaro se explicar sobre servidores da AnvisaPresidente da Anvisa pede ação contra fake news na área de saúdeExército resiste à pressão de Jair Bolsonaro contra vacinação da tropaNo último sábado (08/01), Barra torres divulgou uma nota rebatendo declarações feitas por Bolsonaro durante uma entrevista, na quinta-feira (06/01). Na ocasião, o chefe do governo questionou "o que está por trás" da decisão da Anvisa de autorizar a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19. Também chamou os defensores da imunização infantil de “tarados por vacinas”.
Na nota divulgada em resposta a Bolsonaro no sábado, Barra Torres afirmou: “Se o senhor dispõe de informações que levantem o menor indício de corrupção sobre este brasileiro, não perca tempo nem prevarique, Senhor Presidente. Determine imediata investigação policial sobre a minha pessoa aliás, sobre qualquer um que trabalhe hoje na Anvisa, que com orgulho eu tenho o privilégio de integrar".
O contra-almirante acrescentou: “Agora, se o Senhor não possui tais informações ou indícios, exerça a grandeza que o seu cargo demanda e, pelo Deus que o senhor tanto cita, se retrate. Estamos combatendo o mesmo inimigo e ainda há muita guerra pela frente".
A resposta de Barra Torres foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais durante o fim de semana e foi tratada pelos internautas como uma "invertida" do chefe da Anvisa no presidente da República. Parlamentares também apoiaram a manifestação do presidente da agência.
Antes de questionar a lisura do trabalho da Anvisa, Bolsonaro já tinha ameaçado, durante uma live, divulgar os nomes dos técnicos da agência que aprovaram a vacinação de crianças contra a covid-19. Após a transmissão, aumentaram as ameaças de morte contra servidores do órgão por causa da questão da imunização infantil contra o novo coronavírus.