A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) pediu, nesta segunda-feira (17/1), ao Ministério Público Federal (MPF) que investigue a deputada Bia Kicis (PSL-DF) pelo vazamento dos dados de três médicos que defenderam a vacinação infantil em audiência pública promovida pelo Ministério da Saúde.
Bia é apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PL), que é abertamente contra a vacinação de crianças de 5 a 11 anos. O chefe do Executivo federal chegou a ameaçar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) depois da liberação das doses.
Na nota, a Sociedade de Padiatria diz que o gesto praticado pela parlamentar "não pode ficar impune”.
“Pela imprensa, a deputada Bia Kicis (presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados) assumiu a responsabilidade pela publicização de informações, o que deixou os médicos citados em situação de vulnerabilidade, sendo alvos de ameaças e intimidações pelo seu posicionamento em relação ao tema da vacinação de crianças contra a COVID-19”, diz o texto.
Com a ação de Kicis, três médicos tiveram dados como CPF, e-mail e número de celular divulgados nas redes sociais. Após a divulgação, os médicos receberam ataques dos apoiadores do presidente e ameaças de morte. Essas informações pessoais foram prestadas inicialmente ao Ministério da Saúde, antes da audiência.
No texto, a SBP pede ao Conselho de Ética da Câmara a instauração de um inquérito para apurar a conduta da deputada e ainda que, caso seja confirmada a violação do decoro parlamentar, Bia Kicis deve ser processada e julgada.