O aposentado da Marinha Mercante Wladir Ferraz, ex-assessor e grande amigo do presidente Jair Bolsonaro (PL) desde quando o chefe do Executivo federal ainda era vereador pelo Rio de Janeiro, fez novas revelações sobre as “rachadinhas” da família Bolsonaro. As declarações foram dadas em entrevista à revista Veja.
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De acordo com Jacaré, as rachadinhas aconteceram nos gabinetes do então deputado Jair Bolsonaro, do senador Flávio Bolsonaro, ainda na Assembleia do Rio, e de Carlos, na Câmara Municipal.
Ainda segundo o ex-assessor relatou à Veja, a responsável pela execução das operações era a ex-mulher do presidente Ana Cristina Valle, mãe de Jair Renan, filho “04” de Bolsonaro. Jacaré conta ainda que “quem fazia” era Ana Cristina, mas quem “assinava” era o próprio Bolsonaro.
“Ela (Ana Cristina Valle) fez nos três gabinetes. Em Brasília, aqui no Flávio e no Carlos. O Bolsonaro deixou tudo na mão dela para ela resolver. Ela fez a festa. Infelizmente é isso. Ela que fazia, mas quem é que assinava?", questiona Jacaré. "Quem assinava era ele (Jair Bolsonaro). Ele vai dizer que não sabe? É batom na cueca. Como é que você vai explicar? Ele está administrando. Não tem muito o que fazer", prosseguiu.
Segundo Jacaré, a rachadinha se tornou prática nos gabinetes da família Bolsonaro na década de 90, quando o agora presidente exercia mandato de deputado federal. Naquela época, Ana Cristina, então casada com um sargento, começou a se aproximar de Bolsonaro. Jacaré conta que ela foi se “infiltrando”.
Ainda de acordo com ele, o esquema funcionava da seguinte maneira: responsável por uma cota de contratações, Ana Cristina recolhia documentos de algumas pessoas, abria contas bancárias em nome delas e embolsava grande parte de seus salários. Muitas vezes, o funcionário era fantasma e nem sequer tinha conhecimento de que estava oficialmente empregado no gabinete de Bolsonaro.
Nas "rachadinhas", transfere-se o dinheiro de assessores laranjas para a conta pessoal de um político.
O ex-assessor também contou que Ana Cristina ameaçou Bolsonaro, pedindo dinheiro para manter o seu silêncio.