Quarenta e dois vereadores de 35 cidades mineiras enviaram, nesta segunda-feira (24/1), uma carta aberta aos representantes do estado no Congresso Nacional pedindo a formulação de políticas públicas de apoio ao meio ambiente. O grupo justifica a necessidade de debater o tema por causa das fortes chuvas que se abateram sobre Minas Gerais neste início de ano. O transbordamento do dique de uma barragem em Nova Lima e o desastre de Capitólio também são citados no ofício.
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Moro: PT tenta criar CPI por 'medo' de sua candidatura Em Londres, vereador de BH participa de ato contra vacinaçãoFocado no Senado, Meirelles define data para deixar governo paulistaCongresso volta ao trabalho quarta-feira sob clima de incertezasVereadores de Divinópolis que não se vacinaram terão que explicar o motivo"Os efeitos do aquecimento global, do extrativismo ambiental sem freios e de uma expansão urbana e agrícola que não respeita o meio ambiente, trouxeram e continuarão trazendo tragédias em nosso Estado. Precisamos respeitar o meio ambiente em que vivemos e formular políticas públicas que permitam a geração de riquezas integrada a um plano de respeito ao meio ambiente", lê-se em trecho da carta.
O grupo reivindica, também, apoio financeiro a entidades de proteção ao meio ambiente. O repasse de verbas de emendas parlamentares é um dos mecanismos citados.
"Alguns municípios encontraram soluções adequadas aos municípios atingidos. Mas, em outros, os escassos recursos humanos e financeiros não foram suficientes para atender as dificuldades vividas pela população. Fiscalizamos, legislamos e mobilizamos o possível e o impossível, mas, em muitos momentos, a realidade se impôs", argumenta a aliança de vereadores.
Por causa das chuvas, 402 das 853 prefeituras mineiras decretaram situação de emergência. Até sábado (22), a Defesa Civil calculava 48.607 desalojados, 7.735 desabrigados e 25 mortes em função das águas.
Lira acenou positivamente a fundo contra desastres
Os vereadores mineiros pediram ao Congresso que mecanismos de enfrentamento a tragédias futuras sejam desenvolvidos. Na capital federal, há deputados se movimentando para construir um fundo permanente contra desastres naturais. Parlamentares de Minas e da Bahia, outro estado afetado por temporais recentes, articulam em prol da iniciativa.
Um dos defensores da reserva financeira é Reginaldo Lopes (MG), líder do PT na Câmara. Ele chegou a ir à residência oficial do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), para debater o tema. "Um fundo permanente permite a prefeitos e gestores locais que façam remoções em áreas de risco e a salvar vidas. Não estamos prevenindo, mas remediando, às custas da vida das pessoas mais simples e de perdas de patrimônio", disse Reginaldo, ao Estado de Minas, no início deste mês.
Lira, por sua vez, acenou positivamente à proposta. "Muitas coisas podem ser evitadas se tivermos um programa permanente de reconstrução e de prevenção. Para isso, essa medida legislativa deve ser estudada".
A articulação dos políticos locais para recorrer aos mineiros em Brasília (DF) foi mediada pelo Legisla Ativo, frente formada por vereadores mineiros que se juntaram para a defesa de temas comuns a várias cidades. O documento desta segunda tem signatários de cidades como Uberlândia (Triângulo), Vespasiano e Raposos (Região Metropolitana).