31/01/2022 14:52
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atualizado 31/01/2022 15:14

"O governo Bolsonaro o ressuscitou. Foi tão ruim e aquém do esperado que fez com que as pessoas fizessem uma comparação e, como não se discute com números, trouxe à face uma impressão de solução fácil e rápida, que o problema do país pode ser resolvido da noite para o dia", disse ele, em entrevista ao Estado de Minas.
Janones crê que, diante da conjuntura, a pré-candidatura de Lula se tornou "natural". Apesar disso, tem restrições a ela.
"[Há] um saudosismo em relação aos dois mandatos de Lula, mas o cenário é absolutamente diferente. Não existe receita de bolo. Por isso, vejo com preocupação essa possibilidade de volta ao passado".
Para o parlamentar, o cenário nacional tem similaridades ao quadro visto há quatro anos em Minas Gerais, quando Antonio Anastasia (à época no PSDB, mas hoje no PSD) e Fernando Pimentel (PT), sucumbiram à candidatura de Romeu Zema (Novo), tido como azarão.
"O eleitor do Anastasia não queria votar nele, mas não podia deixar o Pimentel. O eleitor do Pimentel sabia do desastre que era a administração dele, mas não podia deixar o PSDB voltar. Na reta final, descobriu-se uma terceira opção", comparou.
O "script" faz Janones acreditar que muitos dos eleitores petistas fazem a opção de forma envergonhada. "O eleitor que está votando no PT tem vergonha de votar no PT, mas tem que votar porque não pode deixar um louco, antivacina e terraplanista no governo", afirmou, sem deixar de caminhar pela "mão inversa".
"Boa parcela dos eleitores do Bolsonaro sabem que ele é despreparado e do dano que causou na condução da pandemia, mas o sentimento que predomina entre eles é 'não podemos deixar o PT voltar'".
'Empate' com Doria anima dirigentes do Avante
Parlamentares e lideranças do Avante estiveram juntos no sábado (29/1), no Recife (PE), para o encontro nacional da sigla. O evento ajudou a reforçar a pré-candidatura de Janones.
O presidente da agremiação é Luis Tibé, outro deputado federal mineiro. O Avante se animou com a pesquisa divulgada pelo Ipec, herdeiro do Ibope, em dezembro. O levantamento apontou Janones com 2%, índice que representa empate com João Doria, governador de São Paulo e nome que o PSDB deseja lançar ao Palácio do Planalto.
Os trabalhos do Avante são para fazer com que Janones dê o "start" na campanha eleitoral com pelo menos 6%. Ele tem cumprido agendas pelo Brasil e há, inclusive, um ônibus com o rosto dele rodando estradas durante os compromissos. O partido, ao contrário de siglas como PT e PSB, não cogita se federar a outra legenda.
"Não tenho dúvidas de que iniciaremos a campanha eleitoral ocupando o terceiro lugar. Aí, vamos ter 45 dias para buscar o segundo lugar para chegar ao segundo turno", esperançou o pré-candidato.
