A decisão do presidente Jair Bolsonaro de deixar para os 48 minutos do segundo tempo o anúncio do nome do vice de sua chapa à reeleição abriu uma guerra entre os generais que ocupam cargos no governo.
De um lado está o general Heleno, responsável pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), apontado, entre os militares, como o melhor nome para concorrer ao lado de Bolsonaro a mais quatro anos de poder. De outro, os generais Braga Netto, ministro da Defesa, e Luiz Eduardo Ramos, secretário-geral da Presidência.
Aqueles que acompanham a disputa de perto dizem que Braga Netto e Ramos “estão sufocando” Bolsonaro para que ele anuncie logo o ministro da Defesa como vice. Isso, segundo essas mesmas fontes, ficou evidente na motociata que o presidente fez por Brasília no fim de semana. Os dois generais não largaram um minuto do chefe.
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Braga Netto também não é o ministro dos sonhos do alto Comando das Forças Armadas. Não é carismático nem tem liderança, apesar de ser considerado uma boa pessoa. E o pouco prestígio que tinha ficou ainda menor depois que vestiu de vez o uniforme da política.
Heleno, por sua vez, é apontando como uma liderança nata entre os militares. E aqueles que o defendem como vice de Bolsonaro garantem que ele agrega votos, palavra mágica neste momento em que o presidente está com elevadíssimo grau de rejeição e muito distante do ex-presidente Lula em todas as pesquisas de intenções de votos.