O deputado estadual Raul Belém (PSC) entregou, nesta quinta-feira (3/2), o cargo de líder do bloco parlamentar que dá sustentação, na Assembleia Legislativa, ao governo de Romeu Zema (Novo). Em primeiro mandato, Belém escolheu prioridade às atividades ligadas à atuação de seu gabinete. Por isso, deixou o posto de liderança.
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"Essa atitude não é, de forma alguma, de despedida ou separação, senão uma etapa diferente que exige maior dedicação a um lado do trabalho, mas que certamente continua junto a todos que desempenham esforços para construir uma Minas melhor para o nosso povo", disse o parlamentar do PSC, ao anunciar que colocaria a vaga à disposição.
Belém recebeu o agradecimento público do secretário de Governo Igor Eto, homem de confiança do governador nas articulações junto ao Legislativo. "Raul deixa a liderança do bloco governista, mas continua como parceiro e forte aliado do governo de Minas e do governador Zema na nobre empreitada de melhorar a vida dos mais de 21 milhões de mineiros e mineiras".
Entre o meio de 2020 e o início de 2021, Belém chegou a ser, em termos oficiais, o "número um" das articulações do Palácio Tiradentes, porque ocupava a liderança de governo.
O bloco das legendas simpáticas ao governo Zema se chamava "Sou Minas Gerais", mas em abril do ano passado foi batizado com o nome do ex-deputado estadual Luiz Humberto Carneiro, do PSDB. O tucano, que também chegou a ser o líder da gestão do Novo, morreu em virtude da COVID-19.
Foco da base governista está na Recuperação Fiscal
Os deputados estaduais ainda fazem os primeiros movimentos oficiais em 2022, mas a base aliada ao poder Executivo está focada em viabilizar o ingresso de Minas Gerais no Regime de Recuperação Fiscal (RRF) federal.
O plano é visto pela equipe econômica de Zema como essencial para aliviar os problemas financeiros do estado, mas há parlamentares que temem as contrapartidas do pacote - e, por consequência, prejuízos a políticas públicas.
O débito do estado com a União gira em torno de R$ 140 bilhões, mas uma liminar suspendeu o pagamento da dívida. O ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), ameaçou cassar a medida cautelar se Minas Gerais não ingressar no RRF. O governo, aliás, recorreu à mesma Suprema Corte para viabilizar a votação do tema na Assembleia.
" é algo visto pelo governo como único caminho para que Minas continue sem ter a obrigação ou a necessidade de pagar as parcelas da dívida com a União. Com a possibilidade, inclusive, de renegociá-las para a frente", defendeu Gustavo Valadares, ao Estado de Minas, no início desta semana.