O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou, nesta terça-feira (8/2), à Polícia Federal o compartilhamento de provas do inquérito sobre o vazamento de dados sigilosos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) com a investigação sobre a existência da
milícia digital contra a democracia.
O pedido foi feito pela delegada federal Denisse Ribeiro. Segundo Moraes, a demanda é pertinente porque pode haver semelhanças entre o modelo de atuação dos grupos investigados em cada inquérito.
“Verifico a pertinência do requerimento da autoridade policial, notadamente em razão da identidade de agentes investigados nestes autos e da semelhança do modus operandi das condutas aqui analisadas com as apuradas nos Inquéritos 4.874/DF e 4.888/DF, ambos de minha relatoria”, escreveu o magistrado.
Além de publicar a íntegra do relatório preliminar (ainda não concluído) em uma rede social, o presidente Bolsonaro também distorceu dados da investigação durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais.
Inquérito
A Polícia Federal concluiu que Bolsonaro cometeu crime por vazar na internet um inquérito sigiloso que apurava uma suposta invasão de um dos softwares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mesmo com o entendimento de conduta criminosa, o chefe do Executivo não deve ser indiciado por conta do foro privilegiado.
A investigação foi fechada pela PF sem o depoimento de Bolsonaro, que não compareceu a uma audiência na última semana. O caso está nas mãos do ministro Alexandre de Moraes. Com a ausência, o presidente decidiu faltar e apresentou agravo por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), mas o recurso foi negado pelo magistrado.
O relatório final foi assinado pela delegada Denisse Ribeiro. Na ocasião, ela pediu o compartilhamento do caso com a investigação das milícias digitais. Ribeiro reiterou convicção, mesmo sem o depoimento do chefe do Executivo. Para a PF, as provas juntadas durante a investigação são suficientes para a conclusão.