A deputada federal Marília Arraes (PT-PE), autora do projeto para conter a pobreza menstrual, criticou a decisão de adiar o debate a respeito do assunto.
"Certo de que seria derrotado, mais uma vez o governo Bolsonaro agiu para impedir que o veto ao nosso projeto de distribuição gratuita de absorventes fosse colocado em pauta, hoje, no Congresso. As meninas e mulheres do Brasil merecem respeito", disse, pelo Twitter.
A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) foi outra a protestar. "Hoje, no Brasil, uma a cada quatro meninas em idade escolar falta à escola por não ter material de higiene para ir à escola durante o ciclo menstrual. É o que chamamos de pobreza menstrual", pontuou, durante a sessão desta terça.
Justificativa
Eduardo Gomes, no entanto, afirmou que o governo federal já apresentou, no texto que justifica o veto, os motivos para barrar a distribuição de absorventes. Segundo ele, a decisão é embasada em questões jurídicas e financeiras.
As falas do senador vão ao encontro do que falou Bolsonaro em outubro, quando publicou o veto à política pública. "Se o Congresso derrubar o veto, vou tirar dinheiro da Saúde e da Educação. Vai ter que tirar de algum lugar", ameaçou.
Segundo o presidente, o eventual aval à distribuição de absorventes, nos termos do projeto aprovado pelo Parlamento, poderia ocasionar impeachment.
"Quando você apresenta um projeto que tem despesas, tem que apresentar fontes de custeio. Se eu sancionar, estou incurso em crime de responsabilidade".