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O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), considerou, mais uma vez, “uma idiotice sobrevoar” cidades atingidas pelas chuvas. Indagado sobre o motivo de pensar assim, durante entrevista ao jornalista Roberto D’Ávila, da GloboNews, Kalil foi taxativo: “ É só para inglês ver”. “Se alguém já sobrevoou uma tragédia, a única coisa que viu foi teto de casa alagada. Por que eu, quando aconteceu a chuva de 2020 em Belo Horizonte, e é uma cena que eu vou viver 200 anos e não vou esquecer, eu fui, foi quando o chefe da Defeza Civil me disse: prepara por que o senhor vai ver coisa forte”, lembrou Kalil, acrescentando que chegou a ser aconselhado pelo mesmo chefe da Desa Civil: “ Não vai lá, não”.
Kalil disse que não acatou a sugestão e acabou vendo “gente soterrada em um deslizamento”. “ Eu vi! Vi numa distância que estou de você (se referindo ao entrevistado Roberto D’Ávila)”, afirmou o prefeito.
Segundo ele, quando a tragédia é vista de perto, o resultado é outro. “Se a gente for lá ver, seu coração será tocado. Eu te garanto que seu coração é tocado. Não há noite sem dormir, sonhando com aquilo”, disse.
Para Kalil, é necessário “acabar com essa bobagem que há 30 anos acontece a mesma coisa”. “quando alguém vir que está sobrevoando tragédia, é para inglês ver, como diz na gíria. Por que o que interessa é pegar o dinheiro e dizer tá aqui”, afirmou.
Indagado pelo jornalista, se Bolsonaro teria mandado "o pix que você (Kalil) pediu", o prefeito respondeu: “ Vou te dizer, a última vez que ele (Bolsonaro) sobrevoou Belo Horizonte... eu não critico presidente da República, critico atos. Ele sentou no aeroporto e disse, numa roda de não sei quantos prefeitos, que ele ia mandar R$ 1 bilhão. Belo Horizonte recebeu R$ 7 milhões para reconstruir a cidade”, disse.
Segundo Kalil, as obras necessárias para mitigar os prejuízos causados pela chuvas naquele ano custaram R$ 200 milhões. “ E isso, vai sobrevoar o que, vai mandar ministro para quê?, indagou o prefeito da capital.
Kalil aproveitou a deixa para ironizar seu arquirival, o governador Romeu Zema (Novo), "Eu fique indignado pela amizade fraterna que os dois têm. O presidente mandou o governador tirar a máscara. Vê se um presidente da República vai me mandar tirar a máscara, tá doido?”, questinou Kalil.