Ao contrário do comportamento que tem no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro se submeteu às exigências sanitárias da Rússia para o encontro de hoje com o presidente do país, Vladimir Putin. O chefe do Executivo usou máscara e fez testes da covid-19 na chegada a Moscou, ontem. Ele foi recebido com honras militares pelo vice-ministro das Relações Exteriores, Sergey Ryabkov, e pelo diretor do Departamento de Protocolo Estatal, Igor Bogdashev, mas não teve agenda oficial.
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Em nota, o Itamaraty informou que as áreas de comércio e investimentos terão destaque na visita da delegação brasileira. Haverá reuniões com os conselhos empresariais, que congregam CEOs de grandes companhias brasileiras e russas, com o objetivo de "identificação de oportunidades para investidores de ambos os países".
"Em 2021, a corrente de comércio atingiu US$ 7,29 bilhões, em forte crescimento com relação aos US$ 4,27 bilhões registrados em 2020 e o valor mais alto desde 2008. O comércio bilateral é complementar, concentrado na cadeia de valor do agronegócio (soja e carnes, do lado brasileiro, e fertilizantes, do russo)", diz a nota. "Brasil e Rússia compartilham interesse em ampliar e diversificar a pauta do intercâmbio com produtos de maior valor agregado, de forma correspondente ao grau de desenvolvimento e sofisticação de suas economias."
O Itamaraty também destacou que "Brasil e Rússia compartilham valores comuns, como o respeito à Carta das Nações Unidas, ao direito internacional e ao princípio da não intervenção". "Encontram pontos de convergência em suas avaliações sobre a situação do mundo e defendem uma ordem internacional que contemple e acolha diferentes visões, interesses e prioridades nacionais no exercício da promoção da estabilidade, da prosperidade e da sustentabilidade", acrescentou.
O órgão enfatizou, também, que, neste ano, Brasil, Rússia, China e Índia integram o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e que a reunião "proporciona oportunidade de coordenação entre os referidos membros do Brics".