Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES

Kalil volta a falar sobre candidatura ao governo: 'Se for a missão, vamos'


O prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) deixou em aberto a possibilidade de concorrer às eleições deste ano para o governo de Minas. Em uma entrevista ao programa "Por trás do nome", da Rádio Itatiaia, divulgado neste sábado (19/2), o chefe do Executivo municipal também falou sobre a responsabilidade de assumir a chefia da gestão da capital mineira.




 
 
 
Apesar de dizer que sua candidatura ainda não está resolvida, ele ressaltou seu trabalho atuando na prefeitura. "Eu sou muito apaixonado por tudo que eu faço. Eu me apaixonei por essa cidade de uma forma que eu não esperava. Sou nascido em Belo Horizonte, meu pai, minha mãe, meus filhos, meus netos, todo mundo é daqui. Valeu e está valendo a pena, os frutos estão aparecendo. A gente fica tenso, temos chuva, morador de rua, um monte de coisa que vai amolando a gente, estressando e cansando, mas foi uma missão que Deus me deu. Não aceito falar que eu fui o melhor, mas também não aceito que falem que eu fui o pior", disse.

Mas, sair da esfera municipal para a estadual vai ser um novo desafio. "Se for a vontade de Deus e a minha vontade, eu não faço nada meia boca na minha vida. Se for para eu sair da prefeitura, para enfrentar uma eleição, todo mundo pode saber que eu tenho um objetivo. Se for para ajudar, eu vou ajudar. Se não for, eu fico onde eu estou. Eu não preciso disso. Tenho a minha mão limpa, não tiro vantagem de nada e todo mundo que me conhece sabe disso. Então se for missão, vamos!", ressaltou.

Ele continuou: "Agora eu não estou nessa época de vender a mãe, sabe? Eu estou com 63 anos, cansado, vivi de tudo, passei de tudo, tive de tudo, xinguei o que eu tinha que xingar, amei quem eu tinha que amar, amo quem eu tenho que amar, então eu não tenho muito essa preocupação."





Atlético Mineiro


Kalil comandou o Galo do fim de 2008 até 2014, mas não foi algo planejado como ele conta. "Foi totalmente por acaso. A minha ida para presidência do clube foi uma renúncia do ex-presidente. Eu estava completamente afastado e o Atlético estava num período de turbulência. Inclusive, na entrevista do ex-presidente, ele disse que eu não tinha participado de nada aqui dentro. O Atlético entrou em combustão e me buscaram para ser o candidato. Então nós sentamos lá e falamos: 'Então vamos assumir isso aqui, vamos ver o que vai dar essa encrenca', mas foi um período que graças a Deus eu fui muito feliz na minha vida", explicou.

Como torcedor, ele diz que o clube não o deixa tão satisfeito. "O Atlético é ruim mesmo. Eu falo que quem gosta de futebol e gosta do Atlético, não tem prazer com o Atlético. Eu não tenho. Definitivamente, eu não tenho. Para mim é o seguinte: quando ganha beleza. Ganhou, então vamos dormir e está tudo bem, amanhã vamos trabalhar... Mas, quando perde, a noite é em claro. Então a coisa que quando ganha não te dá o prazer da desgraça de quando perde não pode ser boa", observou.

"Mas eu vou te falar uma coisa, o futebol e o Atlético foram muito importantes na minha vida. Porque como eu tenho quatro netos, eu não tive nenhuma filha. Eu tenho três filhos homens. Então era o que nos aproximava, era o nosso papo, o que a gente conversava, era o nosso programa de domingo. Acho que a mãe deles até sofria muito. A gente saía às 14h de casa, acabou o jogo, vamos comer uma pizza, acabou a pizza, vamos chegar às 20h, porque tem colégio e trabalho amanhã. Então o domingo era meu. Eu tive o privilégio de ter os meus filhos e criar os meus filhos todo fim de semana comigo", relembra.





Dias de jogo


"O politicamente correto hoje no futebol é um negócio que eu gostaria de ver, um treino dado como politicamente correto. Onde come o palavrão solto (...) O Luxemburgo não xingava, ele urrava o palavrão que o senhor ouvia lá em Vespasiano. Mas isso é do futebol, quem é do futebol sabe como é", afirmou Kalil. Ele relembrou de um momento com o sobrinho que liberou ele para "xingar à vontade" em um jogo de futebol.

No entanto, xingamentos preconceituosos ele descarta. "Isso não tinha no futebol. Eu nunca vi uma agressão, eu nunca vi ninguém imitar um macaco na arquibancada, eu nunca vi, e eu frequento futebol desde os 10 anos. Não era dia sim, dia não, não, era jogo sim, jogo sim, jogo sim, jogo sim e quando não tinha jogo do Atlético nós íamos no do América também, ninguém conhecia a gente", ressaltou.