Sessenta e sete por cento dos eleitores mineiros compõem o rol de indecisos e potenciais votos nulos na eleição para o Senado Federal, em outubro. É o que aponta pesquisa do Instituto F5 Atualiza Dados, feita a pedido do Estado de Minas na semana passada e divulgada neste domingo (20/2). Entre os possíveis candidatos, há empate técnico na liderança, dividida pelo deputado estadual Cleitinho Azevedo (Cidadania), com 10,3%, e o deputado federal Reginaldo Lopes (PT), com 8,3%. Eles compartilham a ponta porque a margem de erro da sondagem é de 2,5%, para mais ou para menos.
O levantamento aponta que 39,8% dos cidadãos não sabem em quem votar. Outros 22,9% manifestaram a intenção de anular o voto ou escolher, na urna, a opção “branco”. Há, ainda, 4,3% de participantes que não responderam ao questionamento sobre o Senado.
Na lista de eventuais participantes da disputa, Cleitinho e Reginaldo são seguidos pelo deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PSL). O ex-ministro do Turismo do presidente Jair Bolsonaro (PL) soma 3,2% das intenções de voto.
Em quarto lugar, com 2,9%, está Carlos Melles (DEM), ex-deputado federal e presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Recém-empossado senador na vaga de Antonio Anastasia (PSD), o também pessedista Alexandre Silveira aparece em quinto, com 2,7%.
O presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Julvan Lacerda, filiado ao MDB, mas cortejado pelo Avante, ocupa a sexta colocação, por ter 2,4% da preferência dos participantes.
Depois, vêm Duda Salabert (PDT), vereadora de Belo Horizonte, com 1,9%, e o deputado federal Marcelo Aro (PP), com 1,3%. O parlamentar é um dos principais articuladores do governador Romeu Zema (Novo) e atua como líder do Palácio Tiradentes na Câmara.
DEM e PSL têm nomes citados na pesquisa. Vale lembrar, porém, que os partidos vão se fundir e formar a União Brasil.
Cleitinho, Janones e Reginaldo são os mais citados espontaneamente.
No cenário espontâneo, em que o eleitor pode mencionar o político preferido livremente, sem que o pesquisador ofereça uma lista de potenciais candidatos, os indecisos chegam a 65,8%. O porcentual se soma aos que não pretendem votar em ninguém, em branco ou nulo (15,1%) e aos que não responderam (13%).
Apesar disso, entre os políticos, há novo empate técnico entre Cleitinho Azevedo (2,3%) e Reginaldo Lopes (1,3%). Entre eles, formando uma igualdade tripla, está o deputado federal André Janones, do Avante, que conseguiu 1,4% das menções.
Duda Salabert, Marcelo Álvaro Antônio e Alexandre Silveira também foram citados, mas não chegaram a 1%. Também não romperam essa barreira o ex-governador Fernando Pimentel (PT) e Paulo Piau (MDB), ex-prefeito de Uberaba, e Alexandre Silveira.
Saída de Anastasia deixa vácuo na disputa
Antes de renunciar ao mandato no Congresso Nacional para assumir como ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Antonio Anastasia era tido como o candidato natural do PSD à vaga de senador.
Domilson Coelho, diretor-executivo da F5 Atualiza Dados, diz que a saída de Anastasia do páreo deixa a disputa embolada. “Está muito cedo para o eleitor fazer um julgamento de quem pode votar para o Senado”, observa, mencionando os altos índices de indecisão.
Segundo ele, todas as pré-candidaturas têm chance de crescer. “Aquele que souber trabalhar melhor, leva a eleição”.
“Reginaldo Lopes, que tem Lula como padrinho político, tende a crescer muito no decorrer da campanha, quando aparecer junto com Lula e aproveitar a popularidade do ex-presidente. Da mesma maneira, com Marcelo Álvaro Antônio, quando o eleitor bolsonarista enxergar que ele é o candidato natural do presidente. Isso tende a melhorar, ao mesmo tempo, o desempenho, a aceitação e as intenções de voto”, pontua ele.
Cleitinho, um dos líderes do levantamento, está no Cidadania, mas pode se transferir para outra legenda. Há, ainda, a possibilidade dele se candidatar a deputado federal — e não ao Senado.
A pesquisa
A primeira sondagem eleitoral feita por F5/EM em 2022 coletou opiniões de 1.560 eleitores entre os dias 14 e 17 deste mês. As entrevistas foram feitas por telefone. O nível de confiança dos resultados obtidos é de 95%. A margem de erro é de 2,5%, para mais ou para menos.
O levantamento está registrado no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) sob o número MG-08290/2022.