Uma denúncia de Flávio Bolsonaro (PL), senador e filho do presidente da República - Jair Bolsonaro (PL) -, fez com que a Receita Federal trabalhasse por quatro meses por um suposto "vazamento" de dados ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o que originou o caso das supostas "rachadinhas" enquanto era deputado estadual pelo Rio de Janeiro, entre 2003 e 2018. A informação foi publicada nesta terça-feira (22/02) pela Folha de S. Paulo.
Segundo a Folha, documentos obtidos comprovam que a Receita trabalhou ativamente, com até cinco servidores, contra o caso das rachadinhas. Em novembro de 2020, Flávio Bolsonaro foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) por crimes de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita no caso das "rachadinhas".
De acordo com a reportagem, Flávio pediu em agosto de 2020 "com a máxima urgência" para localizar "nome, CPF, qualificação e unidade de exercício/lotação" de auditores que investigaram o então deputado. O hoje senador afirma que essa violação seria "imenso risco à estabilidade das mais diversas instituições do país".
O pedido ficou dois meses sem análise da Receita, tendo início em 23 de outubro de 2020. Flávio, contudo, não teve êxito. "Não foram verificados indícios mínimos de materialidade de possíveis infrações disciplinares que ensejariam a continuidade ou o aprofundamento do feito", diz trecho da conclusão, elaborada em março de 2021.
A Receita Federal não confirmou a apuração. Já Flávio Bolsonaro nega que tenha realizado o ato ilegal durante seus mandatos.