Jornal Estado de Minas

PRESIDENTE, VICE E MINISTROS

Ucrânia e Rússia: veja reação de Bolsonaro, Mourão e ministros

O início da ofensiva militar da Rússia contra a Ucrânia provocou uma série de reações da comunidade internacional. No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PL) não comentou a crise, mas garantiu que irá trabalhar para auxiliar os brasileiros que estão em território hostil. Além do chefe do Executivo federal, membros do governo reagiram a guerra iniciada nesta quinta-feira (24/2).




 

Bolsonaro liderou uma "motociata", caminhou entre apoiadores, defendeu seu governo e não fez qualquer referência à crise da Ucrânia em São José do Rio Preto, no interior paulista. O presidente estava acompanhado do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, seu provável candidato ao governo de São Paulo.

Depois da visita, Bolsonaro foi até as redes sociais e apesar de não ter se posicionado diretamente a respeito da invasão russa, ele quebrou o silêncio. No post, o chefe do Executivo federal disse estar  "totalmente empenhado no esforço de proteger e auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia".

"Estou totalmente empenhado no esforço de proteger e auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia. Nossa Embaixada em Kiev permanece aberta e pronta a auxiliar os cerca de 500 cidadãos brasileiros que vivem na Ucrânia e todos os demais que estejam por lá temporariamente", relatou. 




 
 

O presidente pediu para que os cidadãos brasileiros em território ucraniano, em particular aos que se encontram no Leste do país e em outras regiões em conflito, que mantenham contato diário com o governo brasileiro por meio de nossa Embaixada. “Caso necessitem de auxílio para deixar a Ucrânia, devem seguir as orientações do serviço consular da Embaixada e, no caso dos residentes no leste, deslocar-se para Kiev assim que as condições de segurança o permitam”, escreveu. 

“Disponibilizamos, ainda, para casos de emergência consular de brasileiros na Ucrânia e seus familiares, o número de telefone de plantão consular +55 61 98260-0610. Atendemos todas as demandas com total empenho e prioridade", concluiu o presidente.

O vice-presidente Hamilton Mourão (PSD) condenou os ataques coordenados pelo presidente russo Vladimir Putin.  
 
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“O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que ele respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano”, afirmou Mourão após chegar ao Palácio do Planalto.




 

O ministros 

Dos 24 ministros de Bolsonaro, 4 falaram sobre a investida da Rússia no território Ucrâniano.

O primeiro a falar foi o ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, em meio de nota emitida pelo Itamaraty. No texto, o ministro declarou que o governo brasileiro “acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares” pela Rússia contra a Ucrânia.

“O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil”, diz a nota.

O Acordo de Minsk, a que se refere o Itamaraty, foi assinado pela Ucrânia e a Rússia, em 2014, com o objetivo de pôr fim a conflitos armados no leste da Ucrânia. O nome do acordo se refere ao local onde foi assinado: em Minsk, a capital da Bielorrússia.





Em seguida, o ministro da Cidadania, João Roma, usou as redes para apoiar a nota lançada. 

“Somo-me ao chanceler brasileiro no apelo de suspensão imediata das hostilidades entre a Rússia e a Ucrânia. É hora de darmos as mãos para superarmos essa crise global e retomarmos a vida normal. Neste momento, meu desejo é de paz e de entendimento diplomático”, afirmou no Twitter.



Em declaração à Folha de S.Paulo, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, repetiu as falas do presidente e disse que a prioridade do governo federal é viabilizar a saída dos brasileiros que estão na Ucrânia. Há cerca de 500 brasileiros no país, segundo o Itamaraty. 

"Nosso foco é proteger os brasileiros e tirá-los de lá o mais rápido possível", disse. 

Já o ministro do Turismo, 
Gilson Machado, repercutiu os “memes” criados por bolsonaristas de que o presidente teria evitado a guerra. 




 
Na semana passada, Bolsonaro fez uma viagem oficial à Rússia. Ao lado de Putin, o mandatário brasileiro afirmou que era solidário à Rússia, sem especificar sobre o que se referia essa solidariedade. A declaração do presidente criou um desgaste para a diplomacia brasileira, em especial com os Estados Unidos.

"Que ele levou uma mensagem de paz, ele levou. Mas depende do Putin se vai ouvir ou não. O mundo inteiro pediu paz", afirmou hoje (24/2) o ministro Gilson Machado para a coluna Painel também da Folha de S.Paulo.

Os demais ministros de Bolsonaro não se pronunciaram sobre a invasão russa. Até o fechamento desta matéria, o próprio presidente também não havia se pronunciado sobre os ataques em si, apenas sobre os brasileiros na região.