As negociações entre as forças de segurança de Minas Gerais e o governo estadual, na Cidade Administrativa, foram finalizadas sem acordo ontem. Com isso, a categoria se organiza para fazer nova paralisação na próxima quarta-feira, para cobrar o que havia sido proposto em 2019, que tratava da recomposição salarial das perdas inflacionárias em três parcelas – uma de 13% e duas de 12%.
Um dos representantes da categoria que esteve presente na reunião, o sargento Marco Antônio Bahia, presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra-MG), disse que o governo não está aberto a ouvir propostas.
“A gente percebe que não havia, na pessoa credenciada pelo governador, a intenção de negociar conosco. Ela só trouxe números, nenhuma contraproposta. Nenhum dos três pontos que apresentamos o governo recepcionou. Foi muito frustrante”, diz, se referindo à secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto.
As três propostas discutidas pelos servidores foram: “Primeiro, restabelecer as duas parcelas de 12%, de 2021 e 2022. Outro ponto é a retirada imediata do projeto de Recuperação Fiscal da pauta da Assembleia, que também não houve nenhum avanço. Por fim, é para que seja retirada a questão dos abonos concedidos para os servidores da segurança: isso é uma quebra da validade da nossa remuneração. Nenhum deles o governo atendeu”, disse o sargento, ao Estado de Minas.
A manifestação agendada para a próxima quarta-feira (9/3) está mantida. “Temos uma manifestação definida e vamos deliberar com o que o governo hoje (ontem) nos acenou, ou seja, nada”, afirma Bahia. Eles também vão definir se vão pressionar o governador com o aquartelamento, a permanência dos militares nos quartéis.
O ato da próxima semana ainda tem os detalhes costurados. Estimativas das lideranças calculam a possibilidade da participação de 50 mil pessoas, impulsionadas por caravanas vindas do interior. A Praça da Estação, no Centro de BH, é um dos locais estudados para ser o ponto de partida da marcha. Os rumos do evento, no entanto, serão norteados pela expectativa de público.
No último dia 22, policiais civis, militares, penais e bombeiros entraram em greve até que o governo estadual se posicionasse sobre o reajuste salarial cobrado pela categoria. O Executivo, então, convocou a categoria para a reunião de ontem. Na sexta-feira, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) acolheu a tese da Advocacia-Geral do Estado e determinou o encerramento da greve das categorias sob pena de multa diária de R$ 100 mil, limitada a R$ 10 milhões, a cada um dos sindicatos dos policiais civis e penais.