Apesar de, nas últimas 24 horas, 578 pessoas terem morrido de covid-19 e de o país ter, atualmente, 650.578 óbitos pela doença, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, ontem, que o Ministério da Saúde estuda rebaixar o status no Brasil de pandemia para endemia.
Segundo ele, a mudança se dá por causa da melhora do cenário de infecções. Mas, para especialistas, a possível medida é vista como uma precipitação diante do numero de casos e por dificultar as medidas de proteção.
"Em virtude da melhora do cenário epidemiológico, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, estuda rebaixar para endemia a atual situação da covid-19 no Brasil", anunciou Bolsonaro nas redes sociais.
Ontem, o ministro se reuniu com o presidente, no Palácio do Planalto, para debater o assunto. E após a cerimônia alusiva ao Dia Mundial das Pessoas com Doenças Raras, ele adiantou a possibilidade de rebaixamento da pandemia e, embora não estimasse uma data, afirmou "estar perto".
"Com certeza estamos perto de chegar nesse ponto. Já assistimos a uma queda do número de casos e de óbitos. Esperamos que essa redução seja sustentável e que a incidência da doença diminua. E, aí, é nesse contexto que se considera o rebaixamento do caráter de pandemia para endemia", explicou.
A pasta confirmou que já adota as medidas necessárias para reclassificar o status da covid-19 no país. "O Ministério da Saúde avalia a medida, em conjunto com outros ministérios e órgãos competentes, levando em conta o cenário epidemiológico e o comportamento do vírus no país", declarou.
Caso a decisão seja aplicada, a covid deixará de ser emergência de saúde e o uso de máscaras, por exemplo, poderá deixar de ser aplicado. Porém o número de mortos pelo vírus no Brasil colocam o país na segunda posição do ranking de nações com mais mortes registrados pelo novo coronavírus. Fica atrás apenas dos Estados Unidos, de acordo com o levantamento da Universidade Johns Hopkins.