Após áudio polêmico, o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) recebe nesta segunda-feira (7/3) as representações que pedem a cassação do mandato do deputado Arthur do Val (Podemos), mais conhecido como “Mamãe Falei”. Ao menos sete foram protocoladas contra o político por ele ter dito que as mulheres ucranianas são "fáceis, porque são pobres". Ele deverá ser investigado pelo Conselho e as representações devem tramitar por até 30 dias.
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As mensagens machistas e misóginas foram enviadas para integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) e circularam nas redes sociais na última sexta-feira (4/3). Ele confirmou a autoria dos áudios depois do vazamento, pediu desculpas e disse que o que falou foi um erro. “Foi errado o que eu falei, não é isso o que eu penso, o que eu falei foi um erro num momento de empolgação, e pronto”, disse em entrevista coletiva no aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo, ao chegar da Ucrânia. O deputado ainda abandonou a pré-candidatura ao governo do estado de São Paulo.
Três deputados estaduais em São Paulo do Partido dos Trabalhadores e uma deputada do Psol entraram com pedido no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo contra o parlamentar Arthur do Val por quebra de decoro parlamentar devido aos áudios divulgados sexta-feira, gravados pelo deputado, que é membro do MBL. O partido do deputado, assim como a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), também se pronunciaram.
A Assembleia Legislativa de São Paulo emitiu nota de repúdio aos comentários do deputado do Podemos. “A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo repudia com veemência a fala do deputado Arthur do Val. O presidente, deputado Carlão Pignatari, afirma que a atitude é inaceitável e que será tratada com rigor e seriedade pelas esferas de investigação do Parlamento.”
A Procuradoria Especial da Mulher e a Bancada Feminina do Senado publicaram nota de repúdio com relação às declarações do deputado estadual Mamãe Falei. “São repugnantes, asquerosas e uma das maiores indignidades que já vimos. Agridem as mulheres, envergonham o Brasil, enxovalham a política. Pior, foram feitas em um contexto de guerra e dor.”