O senador Alexandre Silveira (PSD) acredita que ainda não é o momento de discutir os rumos da eleição ao Senado neste ano. Presidente da legenda em Minas Gerais, ele é cotado para assumir a candidatura à vaga na possível chapa Alexandre Kalil (PSD) caso ele decida disputar o governo de Minas Gerais. Paralelamente, o PT, que não descarta apoiar o prefeito de Belo Horizonte, vai levar à mesa de negociações o nome de Reginaldo Lopes. O partido quer ter um nome na chapa para, assim, viabilizar a eventual aliança entre Kalil e Luiz Inácio Lula da Silva.
Nesta terça-feira (8/3), Silveira participou do Congresso Mineiro de Vereadores, no Expominas, em Belo Horizonte. Segundo ele, o tema eleitoral só deve ser debatido em agosto, quando as campanhas vão começar oficialmente.
“Sou senador da República, acabei de assumir o cargo e tenho uma grande responsabilidade de defender os interesses do Brasil e representar o estado de Minas Gerais. Tenho trabalhado cerca de 17 horas por dia. Quem está falando em eleição está precipitando”, disse.
Silveira assumiu o posto de senador no início de fevereiro, após o correligionário Antonio Anastasia ser eleito para ocupar cadeira no Tribunal de Contas da União (PSD).
“Vivemos um momento difícil do pós-pandemia, em que a inflação preocupa a todos os brasileiros, corrói o poder de compra, principalmente os mais humildes. Estou completamente focado em minha missão como senador da República e só vou discutir a eleição no momento adequado”, emendou o parlamentar.
Ontem, como mostrou o Estado de Minas, dirigentes de PT, PCdoB, PV e PSB, que negociam a formação de uma federação, se reuniram em BH para tratar da tática eleitoral do grupo no estado. Reginaldo Lopes também marcou presença.
Independentemente dos rumos da costura nacional, os partidos devem caminhar juntos regionalmente. O deputado estadual Cristiano Silveira, presidente do diretório petista em Minas, garantiu que, para viabilizar a participação do grupo no possível palanque de Kalil, a prerrogativa da escolha da candidatura ao Senado deve ser um dos tópicos em pauta.
“Ele [Reginaldo] colocou sua disposição de ser candidato ao Senado pelo PT e pela federação, caso seja o entendimento desses partidos mais adiante. Se a federação for dialogar no sentido da aliança ampla, inclusive de apoio a Kalil, essa seria uma das questões colocadas na negociação. É uma forma de a federação participar [da chapa]”, afirmou.
Embora Alexandre Silveira tenha se esquivado do tema eleitoral, a reportagem apurou que, nos círculos do PSD mineiro, a expectativa é que ele seja o escolhido para a disputa rumo ao Senado.
“O prefeito Alexandre Kalil está na prefeitura de Belo Horizonte e tem dito em alto e bom som que enquanto estiver sentado na cadeira de prefeito está preocupado com os belo-horizontinos. É claro que toda vez que nos encontramos surgem conversas políticas em torno das projeções, o que pode ter este ano”, afirmou o senador.
Conferência recheada de políticos
O Congresso Mineiro de Vereadores, organizado pela Associação Mineira de Municípios (AMM) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) reúne cerca de dois mil prefeitos, vice-prefeitos, secretários municipais, servidores públicos e autoridades políticas no auditório do Expominas, em Belo Horizonte.
Além de Silveira, batem ponto também outros parlamentares estaduais e federais, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), Carlos Viana (MDB)
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), foi convidado, mas não compareceu. O presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PV), é representado por Antonio Carlos Arantes (PSDB), um dos vice-presidentes do Legislativo mineiro.
A ideia, segundo a organização do evento, é reunir o Legislativo e o Executivo dos 853 municípios mineiros para buscar conhecimento e trocar experiências e desenvolver uma melhor parceria entre os poderes.