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Estado de Minas COMBUSTÍVEIS

Oposição critica Bolsonaro por novo aumento da Petrobras: 'Incompetência'

Pré-candidatos à presidência e representantes do Legislativo culpam o presidente pela política de preços da empresa


10/03/2022 13:53 - atualizado 10/03/2022 14:48

Empresa Petrobras com bandeira do Brasil
Petrobras anuncia novo reajuste no preço dos combustíveis a partir desta sexta-feira (11/3) (foto: AFP)
novo aumento no preço dos combustíveis, anunciado pela Petrobras nesta quinta-feira (10/3), revoltou líderes políticos de oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Nas redes sociais, senadores e deputados, além dos pré-candidatos a disputar as eleições presidenciais neste ano, culparam a atual gestão pela crise.

Entre os concorrentes de Bolsonaro ao comando do Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alegou que a alta no preço dos combustíveis está associada à privatização da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobrás. “Sabe porque a gasolina, o gás e o diesel estão caros? Porque esse Brasil tinha uma grande distribuidora chamada BR que foi privatizada e agora você tem empresas importando gasolina dos Estados Unidos em dólar enquanto temos auto suficiência e produzimos petróleo em reais”, escreveu o petista no Twitter.



Ciro Gomes (PDT) também comentou sobre o aumento e relembrou a época da hiperinflação no Brasil, entre as décadas de 1980 e 1990, quando os preços de produtos e serviços brasileiros subiram absurdamente. “Mais uma garfada cruel no bolso das brasileiras e brasileiros por causa da famigerada política de preços da Petrobras de Bolsonaro. Quem lembra das pistolas de remarcação de preços, nos supermercados, na época da hiperinflação?”, questionou.



Enquanto Sergio Moro (Podemos) evitou críticas e aproveitou o momento para apontar soluções. “A disparada do preço do petróleo deixa claro: precisamos estimular a produção de energias renováveis, com foco em energia eólica, solar, etanol e hidrogênio verde. Com maiores investimentos no setor, podemos criar mais de 40 milhões de empregos até 2050”, ressaltou.



No Legislativo, o anúncio da Petrobrás também foi criticado. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da Oposição no Senado, destacou que a culpa desses sucessivos aumentos é do governo Bolsonaro. “A gasolina e o diesel terão novo aumento! NÃO É NOTÍCIA REPETIDA! É incompetência, descaso e falta de GESTÃO! O povo brasileiro não aguenta mais esse governo!”, escreveu.



Renan Calheiros (MDB-AL), que foi relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID no Senado Federal, apontou que os ricos serão favorecidos, enquanto os pobres vão “ressuscitar o fogão a lenha”. “Os juros altos enriquecem os ricos.A Petrobrás engorda acionistas.O reajuste de até 24,9% nos combustíveis vai impactar a inflação.Gasolina e diesel explodem a economia e o preço do gás vai ressuscitar o fogão a lenha. Legado de Bolsonaro que foi à Rússia apoiar a guerra e morte”, afirmou.



O senador Humberto Costa (PT-PE) relembrou uma imagem divulgada na época da campanha eleitoral de Bolsonaro, onde os preços prometidos seriam bem abaixo do que estão hoje.



O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) também criticou a política de preços da empresa e responsabilizou o presidente. “O povo brasileiro não aguenta mais os aumentos do governo Jair Bolsonaro na gasolina e no diesel. Essa política de preços que o presidente manteve na Petrobras está destruindo a economia do país e devorando a renda das famílias”, disse.



Também na esfera federal, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), eleito por Minas, também criticou Bolsonaro pelo aumento. "Já estava caro e vai aumentar ainda mais! Gasolina, diesel e gás de cozinha aumentaram de novo. O resultado não se dá "só" nos combustíveis. O aumento é também no transportes, nos alimentos, no aluguel, em tudo! Culpa da política de preços criminosa de Bolsonaro na Petrobras!", escreveu.
 

Aumento

A gasolina sofrerá uma alta de 18,8% e o preço médio de venda para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro. Para o diesel, o preço médio passará de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, um reajuste ainda maior, de 24,9%.

O GLP também terá aumento. O preço médio de venda do combustível para as distribuidoras foi reajustado em 16,1%, e passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg - equivalente a R$ 58,21 por 13kg. Diferente da gasolina e do diesel, o produto não era reajustado há 152 dias.  Os novos preços passam a valer nesta sexta-feira (11/3). 

A mudança nos valores, que não acontecia há dois meses, foi justificada pela disparada nos preços dos barris de petróleo por causa da guerra na Ucrânia.  "Após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, tornou-se necessário que a Petrobras promova ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento”, informou a estatal, em comunicado.  

Segundo a Petrobras, os valores refletem a oferta limitada de petróleo frente à demanda mundial por energia. “Mantemos nosso monitoramento contínuo do mercado nesse momento desafiador e de alta volatilidade", enfatizou. 

“Eu não defino preço na Petrobras”

Horas antes de a estatal anunciar os reajustes, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (10/3) que não tem controle sobre o preço de combustíveis na Petrobras. Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo disse "achar" que os preços dos combustíveis "vão aumentar".

"Não tô dizendo se vai ou não vai, eu acho que vai aumentar. No mundo todo aumentou. Eu não defino preço na Petrobras, não decido nada lá. Só quando tem problema, cai no meu colo", alegou.

Bolsonaro criticou ainda a gestão do governo PT e disse que "vai ter problema de combustível no Brasil" e que "não vai demorar". "(Ex-presidentes) Lula e Dilma interferiram nos preços da Petrobras, entre outras coisas. Endividaram a empresa em R$ 900 bilhões. Agora, a tendência é melhorar lá fora, mas vai ter problema de combustível no Brasil. Não vai demorar", completou.


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