Jornal Estado de Minas

POLÍTICA

Sem Ciro, PDT oficializa Miguel Corrêa como pré-candidato ao governo de MG

O Partido Democrático Trabalhista (PDT) oficializou, nesta quinta-feira (10/3), a pré-candidatura do ex-deputado Miguel Corrêa ao governo de Minas Gerais. A legenda estuda alternativas para dar palanque ao presidenciável Ciro Gomes no estado.





A filiação de Miguel, de longa trajetória no PT, ocorreu em uma boate na Região Oeste de Belo Horizonte. Ciro, aliás, era esperado na solenidade, mas cancelou a participação de última hora em virtude de problemas pessoais. A vereadora Duda Salabert (PDT) também não compareceu. 

A ideia dos trabalhistas de ter Miguel Corrêa como pré-candidato ao Palácio Tiradentes foi antecipada ontem pelo Estado de Minas. Conforme apurou a reportagem, a legenda ainda não descarta se aliar a Alexandre Kalil (PSD) caso o prefeito de Belo Horizonte resolva disputar o governo. A possibilidade dele caminhar ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva, porém, fez os pedetistas se movimentarem para ter, na manga, uma opção própria para dar sustentação a Ciro em Minas.
 
"Uma campanha a governador só acontece quando envolve um conjunto de forças políticas – o que mantém a gente aberto para qualquer discussão", afirmou o agora pré-candidato, que não poupou críticas a Zema.





Corrêa explicou que a ideia prioritária é, mesmo, potencializar a campanha presidencial de Ciro. Ele revelou que, em caso de eventual acordo com Kalil ou outro potencial candidato ao governo, pode se mover para outra vaga, como uma posição estratégica na tática eleitoral de Ciro em Minas.

Corrêa afirmou que não deixou de ser simpático a Lula, mas apontou Ciro como a melhor alternativa nacional.

"Para o momento atual do país, Ciro tem uma oportunidade muito grande de nós levar a uma próxima geração de oportunidades – pela sua modernidade. Tenho certeza que Ciro vai convidar Lula para governar juntos", projetou.

Carta na manga evitar "trauma" de 2018

Os planos do PDT de ter uma reserva própria para garantir um palanque a Ciro remontam à eleição de 2018, quando os trabalhistas esperavam ter espaço na chapa de Márcio Lacerda, então no PSB. Uma articulação nacional envolvendo petistas e pessebistas, no entanto, tirou Lacerda do páreo ao governo mineiro. O PDT, então, ficou sem palanque formal – apesar de Ciro ter conseguido conquistar o apoio de Kalil.





"Quem nos garante que não vai acontecer conosco o que aconteceu em 2018?", afirmou o deputado federal Mário Heringer, presidente pedetista no estado.

Heringer reiterou que, se preciso for, abre mão de tentar novo mandato na Câmara para compor a chapa cirista em Minas.

"O que estamos dizendo para a sociedade mineira é que sozinhos e dependentes não estamos. Vamos fazer o palanque para o Ciro custe o que custar".

Nesta quinta, a agremiação filiou outros novos quadros. Uma das caras novas é Daniela Corrêa, que foi prefeita de Ribeirão das Neves pelo PT.

Corrêa pode ser novo elemento em disputa polarizada 

Miguel Corrêa foi eleito vereador de Belo Horizonte em 2004. Depois, em 2007, chegou à Câmara dos Deputados, de onde saiu em 2018.

No último pleito federal, ainda pelo PT, ele tentou ser eleito para o Senado Federal, em chapa com a ex-presidente Dilma Rousseff, mas perdeu a contenda.

No mês passado, o Instituto F5 Atualiza Dados, a pedido do EM, mostrou que Romeu Zema tem 46,8% das intenções de voto, contra 17,4% de Kalil. O terceiro colocado é o deputado André Janones, do Avante, com 7,3%. O senador Carlos Viana (MDB) soma 3,7%.