O ministro da Infraestrutura e candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que acha "muito correto" que os caminhoneiros façam paralisações para forçar a diminuição do preço dos combustíveis.
As afirmações do ministro foram direcionadas ao caminhoneiro Wanderlei Alves, o Dedeco, um dos principais líderes da greve de 2018.
"Estou vendo caminhoneiros parando de carregar para forçar seus embarcadores e transportadores a repassar para os fretes o custo do aumento de diesel. Acho isso muito correto. No fim do ano passado, no MT, um grupo fez isso e deixou de carregar para as tradings. Conseguiram melhores fretes", disse Tarcísio em uma mensagem de áudio do Whatsapp.
A resposta de Tarcísio veio após Dedeco entrar em contato para alertá-lo sobre a possível greve da categoria até a próxima segunda-feira (14/3). Ao painel da Folha de São Paulo, o caminhoneiro disse que viu uma entrevista do ministro afirmando que não via risco de greve.
"Quero dizer que ele está por fora. Ele não tem um pingo de ciência do que está acontecendo nos bastidores. Daqui para segunda-feira, ele vai ver muita coisa acontecendo", disse Dedeco.
Em nota, o Ministério da Infraestrutura negou que Tarcísio tenha dado apoio, mas não desmentiu o diálogo. "O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, mantém canal aberto com a categoria e já defendeu abertamente, inúmeras vezes, que as principais questões que afetam o setor hoje são correlatas ao próprio mercado. Neste sentido, cabe aos próprios trabalhadores dialogar entre si para buscar as melhores soluções. Em nenhum momento, o ministro apoiou uma greve".