Brasília – Estratégia fundamental para as campanhas dos presidenciáveis, a busca de apoio e espaço nos palanques nos estados avança, sem, no entanto, reverter a polarização entre as candidaturas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e do presidente Jair Bolsonaro (PL), os nomes à frente das pesquisas de intenção de voto.
As articulações com os postulantes aos governos estaduais, na prática, estão longe de viabilizar uma terceira via à sucessão no Palácio do Planalto. Até ontem, cerca de 170 políticos haviam anunciado a intenção de concorrer nos 27 estados, nas cinco regiões do país. Alguns colocam, de forma clara, quem vão abraçar na disputa para presidente.
As articulações com os postulantes aos governos estaduais, na prática, estão longe de viabilizar uma terceira via à sucessão no Palácio do Planalto. Até ontem, cerca de 170 políticos haviam anunciado a intenção de concorrer nos 27 estados, nas cinco regiões do país. Alguns colocam, de forma clara, quem vão abraçar na disputa para presidente.
No levantamento sobre o posicionamento dos pré-candidatos nos estados, feito pelo Correio Braziliense/Diários Associados, a maioria daqueles políticos que lançam candidatura pela primeira vez se posiciona com ideologias alinhadas aos discursos do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de Sergio Moro (Podemos).
O ex-presidente Lula, Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB) e Simone Tebet (MDB) aparecem com menor frequência. Entretanto, os nomes mais competitivos e que estão no páreo para a reeleição estão divididos entre o petista e o chefe do Executivo, em especial no Nordeste e no Sul do Brasil.
O ex-presidente Lula, Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB) e Simone Tebet (MDB) aparecem com menor frequência. Entretanto, os nomes mais competitivos e que estão no páreo para a reeleição estão divididos entre o petista e o chefe do Executivo, em especial no Nordeste e no Sul do Brasil.
Associar a própria imagem a de algum presidenciável é uma boa arma política e, em 2018, funcionou muito bem para 15 candidatos que apoiaram Bolsonaro, os quais conseguiram ser eleitos. Neste ano, essa articulação tende a ser muito mais forte. O cientista político e presidente do Conselho Científico do Ipespe – Instituto de Pesquisas, Antônio Lavareda, avalia que as eleições de governos estaduais serão as mais nacionalizadas de todos os tempos.
“Isso ocorrerá de forma mais acentuada em mais regiões do que em outras. No Nordeste, por exemplo, o peso do ex-presidente Lula é bastante superlativo e lá vão tentar alguma associação a um eventual governo dele. Já em estados como Rio e São Paulo, onde Lula e Bolsonaro possuem um menor intervalo de intenção de voto, as eleições para governador serão fortemente afetadas pela presidencial”, afirmou.
Candidato à reeleição, o governador do Paraná, Ratinho Jr (PSD), apesar de ter tido várias conversas com o ex-juiz Sergio Moro, escolheu manter seu apoio a Bolsonaro. Um dos motivos seria a boa popularidade do chefe do Executivo no estado. O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (Sem partido), também escolheu o presidente pelo mesmo motivo.
Outro caso é no Rio Grande do Norte, único estado que tem uma mulher governadora. A petista Fátima Bezerra concorrerá à reeleição e é forte antagonista de Bolsonaro em seu palanque aberto à Lula. O PT também lançou candidatos estratégicos. É o caso de Fernando Haddad, em São Paulo, e do senador Fabiano Contarato no Espírito Santo.
Além disso, o ex-presidente também tem fortalecido apoio a outras siglas, como Helder Barbalho (MDB) no Pará. Recentemente, em entrevista ao grupo “O liberal”, o petista chamou o emedebista de “companheiro” e disse que “o PT está correto de fazer essa aliança, e construir aliança com outros partidos também”.
Além disso, o ex-presidente também tem fortalecido apoio a outras siglas, como Helder Barbalho (MDB) no Pará. Recentemente, em entrevista ao grupo “O liberal”, o petista chamou o emedebista de “companheiro” e disse que “o PT está correto de fazer essa aliança, e construir aliança com outros partidos também”.
Xadrez em formação
Contudo, nem todos os candidatos estão confortáveis em se prender à imagem de candidato ao Planalto neste momento – seja ele quem for. Prova disso é o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Sem partido). Ele foi eleito vice de Mauro Carlesse (PSL) – que foi afastado do cargo pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e renunciou formalmente na semana passada – sob a benção de Bolsonaro.
Porém, os constantes ataques às urnas eletrônicas e às instituições democráticas afastaram o presidente do político. Barbosa, que era do Republicanos, agora procura uma legenda que esteja longe da polarização entre esquerda e direita – o partido mais próximo de um acordo para se integrar é o PP. Aliados afirmam que ele quer ser neutro independente do presidente que se eleger, pois não deseja se envolver com as questões nacionais, mas sim, do estado.
No Espírito Santo, a aliança entre PT e PSB promoveria a reeleição do governador Renato Casagrande (PSB) por meio da federação entre os partidos – que incluiria PCdoB e PV. Contudo, o capixaba é forte crítico de Lula e se posicionou contra o casamento de quatro anos entre as legendas.
Casagrande também se encontrou com Sergio Moro, algoz do ex-presidente. Isso “azedou”, como disse a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, as negociações entre os dois partidos. Por falta de consenso nos estados, as legendas desistiram de formar a união e os pessebistas estão livres para apoiar quem quiser. A maioria ainda está com o petista contra Bolsonaro.
Casagrande também se encontrou com Sergio Moro, algoz do ex-presidente. Isso “azedou”, como disse a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, as negociações entre os dois partidos. Por falta de consenso nos estados, as legendas desistiram de formar a união e os pessebistas estão livres para apoiar quem quiser. A maioria ainda está com o petista contra Bolsonaro.
Segundo o cientista político André Rosa, os candidatos com maior chance no pleito ainda estão receosos em carimbar seu apoio porque o xadrez eleitoral está se formando. “Temos um Bolsonaro candidato à reeleição, mas com popularidade baixa. Lula ainda tem uma vida pregressa na justiça que ofusca.
Moro só foi popular por conta da Lava-Jato. Ciro não capta os votos que precisa. Doria ainda é pouco conhecido. A imagem dos presidenciáveis está muito arranhada perante a opinião pública, seja pela falta de popularidade, seja pelo desconhecimento do público. Ninguém vai se apegar agora, até porque alguns governadores também estão com a corda no pescoço, devido a pandemia, e não querem chamar muita atenção”, frisou.
Moro só foi popular por conta da Lava-Jato. Ciro não capta os votos que precisa. Doria ainda é pouco conhecido. A imagem dos presidenciáveis está muito arranhada perante a opinião pública, seja pela falta de popularidade, seja pelo desconhecimento do público. Ninguém vai se apegar agora, até porque alguns governadores também estão com a corda no pescoço, devido a pandemia, e não querem chamar muita atenção”, frisou.